Vós, diz Cristo,
Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal
da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é
impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa,
havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa
desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa
salgar.
in, 1º parágrafo do Sermão de Santo António aos Peixes do Padre António Vieira.
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Que é isto de ser sal da terra?
Di-lo na perfeição o Padre António Vieira: Fazer na terra - ou seja, entre os nossos semelhantes, no espaço por onde corre a vida de cada um de nós - o que faz o sal na comida de que nos alimentamos.
- Dar-lhe sabor!
E porque assim deve ser, uma das primeiras coisas a conseguir é evitar a corrupção dos costumes... e é aqui como costuma dizer-se que bate o ponto, pois me parece, que andamos, mais do que devia ser - sem sabor - que permitimos o alastramento da corrupção na sociedade onde vivemos, sendo por isso que ela - a terra no dizer de Vieira - já se não deixa salgar, porque convive bem com a falta de sabor que a vida deve ter.
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