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domingo, 15 de novembro de 2015

O cruzeiro da Igreja de Santa Maria dos Olivais (Lisboa)




FACE POSTERIOR DA BASE

O cruzeiro existente no adro da Igreja Matriz de Santa Maria dos Olivais, em Lisboa, foi oferecido no ano de 1636, por Francisco de Paiva, conforme é atestado  na pedra que lhe serve de base e em cuja legenda ficou inscrito o seu gesto para que no desencaracolar do tempo e apesar do desgaste inevitável dos anos, ainda hoje,  pudéssemos atestar  a nobre atitude de Francisco de Paiva, que no seu tempo fez parte da extinta Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, (1) uma  invocação mariana que lembra a excelsa Mãe que ao pé da Cruz recebeu nos braços o Corpo glorioso do Crucificado.

Erguer uma Cruz, por muito singela que seja - que não é o caso - porque ela está talhada em linhas harmoniosas na nobreza da pedra mármore e assente no sopé trabalhado que lhe serve de base., é sempre um acto de amor por Aquele inocente que nela foi cravado por acção da maldade dos homens.

Por isso a atitude de Francisco de Paiva, furou o tempo e este não conseguiu apagar o seu nome e o seu gesto, perpetuando-os na história da Igreja de Santa Maria dos Olivais que ele serviu e de que é desejo meu deixar aqui um lembrança da sua acção, para constituir, no tempo que passa uma grata memória para todos os olivalenses que amam a sua velha Igreja Paroquial.

   (1)- in, http://agr230.cne-escutismo.pt/a_nossa_freguesia.htm
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Deixo , ainda, ficar esta memória muito minha.
Era, então, uma criança que habitava numa rua - ainda hoje existente - na Freguesia de Santa Maria dos Olivais, onde vivi até à minha puberdade.
Recordo-me de ir, aos Domingos, de mão dada com a minha saudosa mãe até à velha Igreja Paroquial no cumprimento do preceito católico da Missa em que ela colaborava e eu, apenas assistia.

Recordo-me de, algumas vezes, ir fazer recados na compra de um qualquer medicamento à farmácia - também ainda hoje existente na Rua Alves Gouveia -  e, depois, se apanhava aberta a Igreja, visitava-a para admirar os seus lindos painéis de azulejo e admirar-me - não pelas cenas que eles representavam por me serem omissas quanto ao significado religioso - mas, pela arte que quadrado a quadrado, na constituição do todo me enchiam o olhar.

Visitei, há dias, aquele local e que saudades eu tive!

Estava a Igreja fechada e tive pena, mas no tempo em que estive no adro fronteiro à entrada principal do Templo, fiz as fotos do Cruzeiro - que vão publicadas -  e agradeci a Deus por me ter concedido a graça - na minha velhice - de estar ali cheio de recordações antigas que só eu entendo.

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