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quinta-feira, 5 de novembro de 2015

"Os ídolos dos pés de barro"!


in, Wikipédia
(O profeta Daniel explica ao rei Nabucodonosor o sonho que este tivera)


Nem sempre, na presa como vivemos, pensamos e agimos damos conta das profecias que o Livro do Antigo Testamento nos dita - e serem como são - exemplos mostrados aos homens pela divindade incorpórea que governa o Mundo.

Num certo dia - a propósito dos "ídolos de pés de barro" - o profeta Daniel foi colocado perante Nabucodonosor II, rei da Babilónia com o fim de lhe interpretar um sonho que ele tivera e para o qual, com todo o seu poder secular não tinha explicação, e para o qual Daniel se expressou, assim:

Ó rei, tu tiveste uma visão. Eis que uma grande, uma enorme está­tua se levantava diante de ti; era de um brilho extraordinário, mas de um aspecto terrível.  Esta estátua tinha a cabeça de ouro fino, o peito e os braços de prata, o ventre e as ancas de bronze, as pernas de ferro, os pés metade de ferro e metade de barro.

Contemplavas tu esta estátua, quando uma pedra se desprendeu da montanha, sem intervenção de mão alguma, e veio bater nos seus pés, que eram de ferro e argila, e lhos esmi­galhou. 
Então, com a mes­ma pan­cada foram feitos em peda­ços o ferro, o barro, o bronze, a pra­ta, o ouro, e, semelhantes ao pó que no Verão voa da eira, foram le­va­dos pelo vento sem que deixas­sem qualquer vestí­gio. 

A pedra que tinha embatido contra a estátua trans­formou-se numa alta monta­nha, que encheu toda a terra.   (Dn 2, 31-35)


Sem entrar em lucubrações bíblicas, até por falta de conhecimentos sólidos sobre as diferentes matérias de que era feita a estátua do sonho do rei Nabucodonosor, onde os exegetas vêem na pedra que embateu contra a estátua e se transformou numa alta montanha que encheu toda a terra, o aparecimento de Jesus e da sua Doutrina Universal, há algo que convém reter: o pormenor da explicação de Daniel ao dizer a Nabucodonosor que na enorme estátua que ele vira em sonho, os pés eram compostos por duas metades, uma de ferro e a outra de barro.

Eis, porque, se os exegetas têm razão - e eu penso que têm - ao ver nos pés metade de ferro e metade de barro - materiais de ligação impossível - que futuros reinos que se ligassem não funcionariam harmoniosamente por causa dos seus receios mútuos - tal facto leva-me a pensar que todas as crenças individuais ou colectivas que não respeitem aquela pedra que embateu de encontro à estátua e se transformou numa alta montanha - vendo nela o Reino de Deus anunciado por Jesus Cristo - estão condenados a ser, num dia qualquer, "ídolos dos pés de barro".

Isto, porém, se for visto - para além do que dizem os biblistas - para irmos ao encontro do que diz o povo ao falar dos "ídolos dos pés de barro", dir-se-á que, sabiamente, nos estamos a referir a homens ou Instituições que num dado momento se apresentam fortes perante o Mundo e num ápice,caem fragorosamente perante ele.

São efectivamente os "ídolos dos pés de barro" e são assim, porque não têm a capacidade de se conhecer a si mesmos, pela simples razão de cometerem o erro - bem comum - de se não ser na vida diária actor e espectador, observador e consentir, sem azedume, ser observado.

Por tudo quanto se expende, quão rica é a sabedoria bíblica e da qual o povo se faz eco na sabedoria que lhe é imputada e com toda a razão, tendo por detrás, como âncora, este passado em que Deus através dos profetas falou aos homens para que eles transmitissem às gerações futuras os ensinamentos recebidos.

Pena que os não tenhamos aprendido, ainda, na plenitude que nos foi deixada!

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