- Felizes os que respeitam as minhas mãos enrugadas e os meus pés deformados.
- Felizes os que falam comigo, apesar de os meus ouvidos já não entenderem bem as suas palavras.
- Felizes os que compreendem que os meus olhos comecem a não ver e desculpam as minhas ideias baralhadas.
- Felizes os que com um sorriso perdem tempo a falar comigo.
- Felizes os que nunca me dizem: “É a terceira vez que me conta essa história”.
- Felizes os que me ajudam a lembrar as coisas de antigamente.
- Felizes os que me dizem que gostam de mim e que ainda presto para alguma coisa.
- Felizes aqueles que me ajudam a viver os últimos dias da minha vida.
in, "O Astrolábio" - 30 de Novembro de 2014
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Bem-aventurados serão. pois, todos os que, olhando o homem ou a mulher que passam dobrados pelo peso dos anos e dos muitos trabalhos que lidaram, se apresentam com as deformações da idade nos seus corpos que foram jovens e ágeis e, são hoje, recordações que merecem os cuidados dos bem-aventurados.
Porque há um Deus que tudo governa, não se esquecerá dos que respeitam as suas deformações, os ouvidos que mal ouvem, os olhos que mal vêem e nessa linha de amor, há-de ter um carinho especial pelos que dedicam tempo e falam com aqueles que gostam de ouvir as vozes claras que não se importam de contar três vezes a mesma história, de falar ou ler aos velhos factos passados e, sobretudo - Deus há-de amar muito - os que amam os que foram jovens e os ajudam a viver melhor o tempo que lhes resta.
Bem-aventurados sejais!
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