Gravua publicada pelo "O António Maria" de 6 de Janeiro de 1881
Ontem, o Primeiro-Ministro em gestão governativa, Passos Coelho, apeado do Governo pela "coligação dos derrotados" nas eleições de 4 de Outubro p.p., entende-se disposto a rever a Constituição da República Portuguesa com o fim da mesma propiciar, legalmente, a realização de novas eleições, porque ele sentir - como uma grande parte dos eleitores - que as eleições realizadas foram legais nos princípios, mas ilegais nos fins que com elas foram atingidos.
Mas não. António Costa entende que não, como noticia a TSF:
Depois do desafio de Pedro Passos Coelho para uma revisão
constitucional extraordinária, que abra portas a eleições legislativas
antecipadas, a resposta de António Costa foi "Não". O
secretário-geral do Partido Socialista disse, na última noite, que não vale a
pena criar crises que não existem. (in, http://www.tsf.pt/ de 12 de Novembro de 2015)
O que acontece - ao contrário do que foi dito por António Costa - é que a crise existe e não é de pouca monta, pelo que a revisão da Constituição é uma urgência para se voltar a consultar o povo num urgente tira-teimas, pelo que, fica de pé uma certeza: o PS tem medo de novas eleições e vai daí, como a velha gravura ilustra a Constituição é levada para S. Bento aos ombros - como se fosse um novo "boi Ápis - sem que o PS tenha piedade da figura do povo que na mesma gravura aparece de joelhos a pedir a sua revisão, por saber o seguinte:
- Que ela vem do tempo em que Portugal dispunha de um Banco emissor do escudo e o podia valorizar ou fazer o contrário,
- Que ela, para dirimir a questão actual de um Governo ilegitimamente conquistado pelo ardil pós-eleitoral, precisa de ser revista.
Porque será, pois, que o PS tem medo de novas eleições?
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