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sábado, 14 de novembro de 2015

A milenar sabedoria de Confúcio




No tempo que passa, amorfo, em que a ordem política é uma desordem dos sentimentos éticos que se vêem atropelados pelos desejos inauditos do poder, a atingir o absurdo incompreensível que devia limitar o poder da razão sobre o poder do mando, lembrar a filosofia do Confucionismo, cujo autor apesar de ter vivido no século VI a.C. é um imperativo lembrá-la como uma obrigação ao bom senso dos homens.

Basta para tanto lembrar que Confúcio perseguiu como norma de conduta humana, que a ordem social devesse ser racionalizada através da ética baseada na cultura pessoal em que, a partir da pessoa fosse aperfeiçoada a harmonia social do colectivo através duma doutrina humanista - e sem misticismos artificiais - ela fosse essencial nas relações entre os homens e, a partir deles, a instauração de uma ordem de vida assente num regime ético-político que teria como fim último lograr a fraternidade de onde pudesse brotar o Bem e a Justiça.

Passaram, no entanto, vai para mais de 2.400 anos sobre estas sábias, eruditas e pacificas ordenações sociais para serem "pedras de toque" de novas condutas e formas de ser para que os sentimentos humanos de mistura com a acção procurassem a autenticidade das coisas políticas que já vinham dos tempos de Platão e de Pitágoras, cujos princípios deveriam ser elevados e não arrastados ao sabor de acidentais percursos sinuosos em que o físico e o biológico entram em confronto sem honra e glória, mas antes, deviam tender para a  sua realização emocional, mental e espiritual do homem.

Desse modo, advoga o Confucionismo, que a ordem política deve ser o fruto amadurecido da ordem ética, uma ordenação de coisas até hoje nunca verdadeiramente conseguida, porque, no todo, as emoções humanas mentalmente desregradas ainda não conseguiram sujeitar a acção política do homem à espiritualidade que devia ser o fiel da balança da sua acção, na política ou no mero cumprimento dos seus deveres de sociabilidade.

Tudo isto serve para concluir que o que se está a passar em Portugal, neste momento, é uma prova acabada que age despudoramente ao arrepio da filosofia confucionista, para agir na "filosofia" imediata de se matar a ética política, fazendo dela uma excrescência que para ser aplanada, insensatamente, se toma como uma igualdade o que advém da soma da desigualdade das diferenças.

E nesta desordem, cabe perguntar:
  • Onde ficou a "ordem ética" do Confucionismo?

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