Gravura publicada pelo jornal "O Xuão" de 21 de Março de 1908
Tudo correu dentro da normalidade habitual em casos destes, até que no fim, o perdedor que melhor teria feito se tivesse abandonado a pretensão por não ter tendo conquistado o lugar que lhe escapara - ardilosamente - meteu-se em conversas de "compadres" com outros perdedores e, depois, de algumas noitadas viram uma "tábua de salvação".
Tema: disputa um certo lugar
Sabia-se que dos vários pretendentes àquele lugar, só dois o podiam alcançar, motivo suficientemente válido para que entre eles tivesse havido disputas acesas, debates, conferências e manifestações com as massas populares que apoiavam quer um, quer o outro.
Tudo correu dentro da normalidade habitual em casos destes, até que no fim, o perdedor que melhor teria feito se tivesse abandonado a pretensão por não ter tendo conquistado o lugar que lhe escapara - ardilosamente - meteu-se em conversas de "compadres" com outros perdedores e, depois, de algumas noitadas viram uma "tábua de salvação".
Contados os votos, ainda que tivessem sido obtidos, desunidamente, concluiram que a soma aritmética era superior à do vencedor que se apresentou em união perfeita, pelo que - Eureka - fizeram um acordo, como diz o povo, com "artes do diabo" o que quer dizer, que ele foi criado contra tudo o que era válido quanto ao uso e moral comum.
Como aqui entrou as artes do "mafarrico", que tem mais amigos do que se pensa, o tal pretendente perdedor, aliviado, achou bem que tal acordo fosse levado à prática, e vai daí aprestou-se com a sua equipa para ter acesso àquele lugar ilegitimamente conquistado.
Mas... o "diabo" é como é, e como se pode ver na velha gravura de 1908, se a reportarmos para hoje, ao conluio que se armou em vencedor em vez de lhe oferecer um portal condigno para passar o cortejo - deu-lhe uma porta indigna, onde a parede de suporte nem sequer existe, ou seja, deu à "tripeça" dos derrotados o que ela merecia: uma porta a cair de podre, o que prova, que neste passo o "diabo" - tendo ajudado o perdedor - conluiando-o com os aliados que arranjou - não lhe deu a nobreza de entrar por uma porta grande, mas por aquela mesquinha e reles.
Coisas do "diabo"... ou será que cada um tem a porta que merece!
Coisas do "diabo"... ou será que cada um tem a porta que merece!
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