Profecia 4
O Filho de Deus descendente de Jacó.
Tempo Profético: Nm 24, 17 - Eu o vejo, mas não no presente; eu o contemplo, mas
não de perto; de Jacó procederá uma estrela, de Israel se levantará um ceptro
que ferirá os flancos de Moab, e abaterá todos os filhos de Set.
O
quarto livro do Pentateuco ao referir a afirmação concludente: Eu o vejo,
alude ao futuro de Israel e à acção da estrela da procedência de Jacó, o
Messias.
Em Moab, no Sudoeste da
Palestina, vivia um povo árabe: os moabitas que pelas suas práticas
pagãs a Baal estavam excluídos da comunidade religiosa judaica. Aconteceu isto
sob o domínio do rei Acab (874-853) num tempo em que o paganismo e a miséria
social tornou insustentável a situação do povo e de que o episódio da vinha de
Nabot é um exemplo: Sucedeu depois
destas coisas que, tendo Nabot, o jezraelita, uma vinha em Jezrael, junto ao
palácio de Acab, rei de Samaria, falou este a Nabot, dizendo: Dá-me a tua
vinha, para que me sirva de horta, porque está vizinha, ao pé da minha casa; e
te darei por ela outra vinha melhor; ou, se desejares, dar-te-ei o seu valor em
dinheiro. Respondeu, porém, Nabot a Acab: Guarde-me o Senhor de que eu te dê a
herança de meus pais. Então Acab veio para sua casa, desgostoso e indignado,
por causa da palavra que Nabot, o jezaelita, lhe falara; pois este lhe dissera:
Não te darei a herança de meus pais.
Tendo-se deitado na sua
cama, virou a rosto, e não quis comer. Mas, vindo a ele Jezabel, sua mulher,
lhe disse: Por que está o teu espírito tão desgostoso que não queres comer? Ele
lhe respondeu: Porque falei a Nabot, o jezaelita, e lhe disse:
Dá-me a tua vinha por
dinheiro; ou, se te apraz, te darei outra vinha em seu lugar. Ele, porém,
disse: Não te darei a minha vinha. Ao que Jezabel, sua mulher, lhe disse:
Governas tu agora no reino de Israel? Levanta-te, come, e alegre-se o teu
coração; eu te darei a vinha de Nabot, o jezaelita. Então escreveu cartas em
nome de Acab e, selando-as com o sinete dele, mandou-as aos anciãos e aos
nobres que habitavam com Nabot na sua cidade.
Assim escreveu nas
cartas: Apregoai um jejum, e ponde Nabot diante do povo. E ponde defronte dele
dois homens, filhos de Belial, que testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste
contra Deus e contra o rei. Depois conduzi-o para fora, e apedrejai-o até que
morra. Pelo que os homens da cidade dele, isto é, os anciãos e os nobres que
habitavam na sua cidade, fizeram como Jezabel lhes ordenara, conforme estava
escrito nas cartas que ela lhes mandara. Apregoaram um jejum, e puseram Nabot
diante do povo.
Também vieram dois
homens, filhos de Belial, e sentaram-se defronte dele; e estes filhos de Belial
testemunharam contra Nabot perante o povo, dizendo: Nabot blasfemou contra Deus
e contra o rei. Então o conduziram para fora da cidade e o apedrejaram, de
sorte que morreu. Depois mandaram dizer a Jezabel : Nabot foi apedrejado e
morreu.
Ora, ouvindo Jezabel que
Nabot fora apedrejado e morrera, disse a Acab: Levanta-te e toma posse da vinha
de Nabot, e jezaelita, a qual ele recusou dar-te por dinheiro; porque Nabot já
não vive, mas é morto. [i]
O profeta Elias,
contemporâneo destes acontecimentos foi perseguido por Jezabel que via nele e
nas suas invectivas contra o abandono da prática javista, um perigo para os
privilégios da classe dominante, pelo que a
alusão de ser em Israel que se levantaria um ceptro que haveria de ferir
os flancos de Moab é mais um sinal que nos é dado da importância
espiritual que era depositada naquele que se contemplava mas não de perto, na
esperança de abater, ou seja, reintegrar na comunidade todos os filhos de
Set, nome simbólico com que eram designados os moabitas e transformasse o
povo escravizado, dando-lhe a dignidade de filhos de Deus.
Jesus, era a esperança
do profeta e do povo sem voz e sem direitos, como aconteceu com Nabot que pagou
bem caro o facto de ter enfrentado Acab, não lhe cedendo a vinha que herdara de
seus pais.
Ressonância no Novo Testamento:
Lc 3,34 - Judá de
Jacó, Jacó de Isaac, Isaac de Abraão, Abraão de Tará, Tará de Naor,
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