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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Profecias sobre Jesus (22) Odiado sem motivo fundado


Profecia 22

Tempo Profético: Sl 69,5 – São mais numerosos que os cabelos da minha cabeça os que me odeiam sem causa; são demasiados para as minhas forças os que me hostilizam sem motivo. O que não roubei, devo porventura, restituir?

Intenção profética: Jesus seria odiado sem motivo.


Noutras passagens, o salmista – prefigurando Jesus – já cantara a sua desolação por se sentir alvo de uma perseguição injusta movida por homens ingratos.
Contra mim, diz o Salmo (35, 11)  levantaram-se testemunhas violentas que num assomo de ódio incompreensível acabam por pagar o bem recebido com o mal da ingratidão, como do mesmo modo, no Salmo (109, 3-5) o salmista acossado pela maldade dos seus inimigos, dolorosamente continua a afirmar: Eles me cercam com palavras de ódio, e pelejam contra mim sem causa. Em paga do meu amor são meus adversários; mas eu me dedico à oração. Retribuem-me o mal pelo bem, e o ódio pelo amor.
Jesus está inscrito, verdadeiramente, em todas estas palavras proféticas.
No Salmo 69, explicitamente, o salmista diz alegoricamente que os inimigos são de tal monta em número que superam os cabelos da sua cabeça, deixando com esta asserção o que viria a acontecer com Jesus, rodeado de inimigos ferozes que desde o momento da sua prisão o cercaram até à exalação do último suspiro, na Cruz, que ao invés do salmista não pede o merecido castigo para os seus opositores, distinguido-se dele neste pormenor importante.
Mas o Salmo que é messiânico quanto à injustiça latente de que é portador é-o, ainda, quando no versículo 10 diz com toda a intenção profética: Porque o zelo de vossa casa me devora, e os ultrajes dos que vos ultrajavam recaem sobre mim, palavras, que num certo dia, pelo tempo da Páscoa dos judeus, haveriam de ser lembradas pelos seguidores de Jesus.
Relata S. João, quando faz alusão à cena dramática da expulsão dos vendilhões do Templo, deixando bem claro a analogia das palavras com que finda o episódio, com a lembrança que ocorreu aos discípulos ao lembrarem as antigas palavras do salmista: O zelo da tua casa me devorará. [i]
Continua, exemplarmente, o profetismo do Salmo 69 na expressão contida no versículo 22, quando o salmista declara: Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre, numa alusão à cena da Cruz, no momento culminante, pela hora nona, quando um dos soldados ouvindo a expressão de Jesus: tenho sede [ii] correu para lhe dar a beber vinagre embebido numa esponja que lhe fizeram chegar à boca.
Sobre a sede sofrida por Jesus, já ao relatar a Paixão do Justo, o salmista havia profetizado: A minha garganta secou-se como barro cozido, a minha língua pegou-se ao meu paladar. [iii]
Tudo estava já dito e predito.
Faltava o cumprimento, uns séculos depois.
Mas tudo se cumpriu.


Ressonância no Novo Testamento:

Jo 15, 23-25: Aquele que me odeia a mim, odeia também a meu Pai. Se eu entre eles não tivesse feito tais obras, quais nenhum outro fez, não teriam pecado; mas agora, não somente viram, mas também odiaram tanto a mim como a meu Pai. Mas isto é para que se cumpra a palavra que está escrita na sua lei: Odiaram-me sem causa.




[i]  - Jo, 2, 17
[ii]  - Jo, 19, 28
[iii]  - Sl. 22, 16

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