Profecia 20
Intenção
profética: Jesus, no Pretório, calou-se. Não teve uma palavra de acusação para
os seus inimigos.
Isaías retoma, mais uma vez, o fio
condutor que nos dirige para os tempos messiânicos.
Dá-nos a imagem de um povo dividido, como
se fosse um rebanho que o pastor levasse para o monte e ali se houvesse
transviado e fugindo do riacho que matava a sede e do prado verde que o
alimentava, deu em seguir caminhos secos, levados pela mão de um outro pastor,
bem longe de ser aquele que lhe acenava com caminhos de salvação.
Vendo-o tão carregado, o Senhor fez
cair sobre ele a iniquidade de todos nós, a imagem que salta ao nosso
entendimento é a de que – por culpas que eram só nossas – Deus lhe daria um
jugo severo, precisamente a Ele que não tinha culpas dos homens se haverem
desgarrado.
Mas não foi assim.
Os homens - esses, sim – é que haveriam
de impor a Jesus uma carga bem pesada e imerecida, que Ele aceitaria de bom
grado e Deus, Pai Santo, vendo o gesto nobre d’Aquele Filho, aceitou-o, como um
sacrifício posto sobre os ombros do Servo, que daquele modo e de vontade
própria aceitou levar com Ele as culpas de todos os homens.
Como um cordeiro que é
levado ao matadouro assim
procederia Jesus, bem ao contrário do profeta Jeremias, que tendo sido
instruído por Deus sobre as conjurações que contra ele tramaram os seus
inimigos, seus próprios conterrâneos, situação que o levou a dizer: Mas eu
era como um manso cordeiro, que se leva à matança; não sabia que era contra mim
que maquinavam, dizendo: Destruamos a árvore com o seu fruto, e cortemo-lo da
terra dos viventes, para que não haja mais memória do seu nome, assemelhando-se
neste passo ao futuro Messias: eu era como um manso cordeiro, acabou,
por abrir a boca e pedir a Deus a destruição dos seus inimigos: Mas, ó Senhor dos exércitos, justo Juiz,
que provas o coração e a mente, permite que eu veja a tua vingança sobre eles;
pois a ti descobri a minha causa. [i]
Isto prova que Jesus estaria acima de
todos os profetas.
Cabe a Isaías ter profetizado a palavra
certa: como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não
abriu a boca, mas haveria de caber a Jesus a Palavra final e definitiva
sobre o Amor do Perdão, pois na hora suprema, já longe dos seus inquiridores –
mas muito perto do Pai - haveria de
abrir a boca para pedir o perdão de Deus sobre aqueles homens que o condenariam
à morte.
Mt 26, 62-63 - Levantou-se então o sumo
sacerdote e perguntou-lhe: Nada respondes? Que é que estes depõem contra ti?
Jesus, porém, guardava silêncio. E o sumo sacerdote disse-lhe: Conjuro-te pelo
Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho do Deus.
Sem comentários:
Enviar um comentário