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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Profecias sobre Jesus (13) Sacerdote como Melquisedeque



Profecia 13

Tempo Profético: Sl 110. 4 - Jurou o Senhor, e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.

Intenção profética: Jesus Cristo seria sacerdote como Melquisedeque.

Impõe-se duas perguntas e as necessárias respostas
Quem foi Melquisedeque?
Por que é Jesus um Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, em vez de o ser segundo a  ordem levítica?
Os motivos têm um fundamento histórico-religioso muito profundo.
Melquisedeque foi um Sacerdote-Rei de Salém [i] com poderes especiais, ao ponto de abençoar Abraão, de acordo com a seguinte leitura do Génesis: Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era sacerdote do Deus Altíssimo; e abençoou a Abrão, dizendo: bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra! E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. [ii]
Revela isto, que Melquisedeque era superior a Abrãao pelo facto de o ter abençoado e ter recebido deste o pagamento do dízimo.
Uma doutrina judaica do séc. I assegura que Melquisedeque foi uma prefiguração do Messias, significando o seu nome a partir da matriz hebraica: Malki-Tsedek: Rei da Justiça.  É identificado, apenas, na Bíblia como sendo, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, não se conhecendo com base na Bíblia a sua genealogia e aparecendo enigmaticamente, mas patenteando dons de uma natureza eterna.
A Bíblia ao prefigurar explicitamente, referindo-se a Jesus: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque, demonstra a superioridade do Seu sacerdócio que se afastaria da casa de Levi [iii] de onde provinha a casta sacerdotal.
Jesus que tinha os seus ascendentes na casa de Judá iria mudar o sacerdócio e, como tal, não podia abraçar o sacerdócio da Velha Lei, ou seja, o sacerdócio levítico, porque o Seu estaria acima dos homens e estava destinado a dar cumprimento a uma profecia de Jacob, que já o havia prefigurado como um descendente da tribo de Judá.
Aconteceu isto no momento do seu discurso perante todos os seus filhos: Judá, a ti te louvarão teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos: diante de ti se prostrarão os filhos de teu pai. Judá é um leãozinho. Subiste da presa, meu filho. Ele se encurva e se deita como um leão, e como uma leoa; quem o despertará? O ceptro não se arredará de Judá, nem o bastão de autoridade dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence; e a ele obedecerão os povos. [iv]
Vejamos os acontecimentos sucedâneos:
De Judá descenderia Farés e, sucessivamente, Hesron, Ram, Aminadab, Jessé, o rei David (1000 a. C.) Salomão e deste toda a dinastia dos reis de  Judá até Jeconias, no tempo em que é deportado para a Babilónia (598 a.C.) sucedendo-lhe seus filhos Selathiel, Zorobabel, a que coube a tarefa de chefiar a repatriamento dos judeus, Abiud, Eliacim, Azor, Sadoc, Achim, Eliud, Eleazar, Mathan, Jacob e José que veio a ser o pai espiritual de Jesus.
E assim aconteceu porque os sacerdotes levíticos eram de natureza fraca e pecadora e  erravam como os outros homens, pelos quais eles faziam intercessão.
Jesus seria um Santo Imaculado e separado dos pecadores.
De muitas maneiras Jesus havia de ser, verdadeiramente, um Sumo Sacerdote superior.
Esta, a razão de haver uma outra ordem sacerdotal, porque a existente não se  coadunava com a vontade de Deus expressa não apenas pelo rei David, no salmo,  mas como já antes o fizera Jacob e de que após o seu Ministério terreno S. Paulo uniria tudo isto num feixe divino que é uma síntese admirável expressa na Carta aos Hebreus, dando-nos conta do Sacerdócio cristológico que fora exercido: mas este, porque permanece para sempre, tem o seu sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles. Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus; que não necessita, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez por todas, quando se ofereceu a si mesmo. Porque a lei constitui sumos sacerdotes a homens que têm fraquezas, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, para sempre. [v]
Somos levados a concluir que Jesus Cristo ao ser prefigurado no ministério do sacerdote Melquisedeque, apresentado como soberano e acima do sacerdócio levítico, determinou que através d’Ele a lei de Moisés seria suplantada por um sacerdócio celestial e superior, tal como o refere e de uma forma eloquente a Carta aos Hebreus já citada: Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus.


Ressonância no Novo Testamento:

Hb 6, 20 - para que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar mão da esperança proposta; a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o interior do véu;  aonde Jesus, como precursor, entrou por nós, feito sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.





[i] - Salém era o antigo nome de Jerusalém, cuja raiz vem de Shalom (Paz)
[ii]  - Gen 14, 18-20
[iii]  - Levi é o terceiro filho de Jacob. Deu o seu nome a uma das tribos de Israel, da qual provinham os ministros do culto, os levitas
[iv]  - Gen 49, 8-10
[v]  - Heb 7, 24-28

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