Profecia 13
Intenção
profética: Jesus Cristo seria sacerdote como Melquisedeque.
Por que é Jesus um
Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, em vez de o ser segundo a ordem levítica?
Os motivos têm um
fundamento histórico-religioso muito profundo.
Melquisedeque foi um
Sacerdote-Rei de Salém [i] com
poderes especiais, ao ponto de abençoar Abraão, de acordo com a seguinte
leitura do Génesis: Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho;
pois era sacerdote do Deus Altíssimo; e abençoou a Abrão, dizendo: bendito seja
Abrão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra! E bendito seja o Deus
Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o
dízimo de tudo. [ii]
Revela isto, que
Melquisedeque era superior a Abrãao pelo facto de o ter abençoado e ter
recebido deste o pagamento do dízimo.
Uma doutrina judaica do
séc. I assegura que Melquisedeque foi uma prefiguração do Messias, significando
o seu nome a partir da matriz hebraica: Malki-Tsedek: Rei da
Justiça. É identificado, apenas, na
Bíblia como sendo, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, não se
conhecendo com base na Bíblia a sua genealogia e aparecendo enigmaticamente,
mas patenteando dons de uma natureza eterna.
A Bíblia ao prefigurar
explicitamente, referindo-se a Jesus: Tu és sacerdote para sempre, segundo a
ordem de Melquisedeque, demonstra a superioridade do Seu sacerdócio que se
afastaria da casa de Levi [iii] de
onde provinha a casta sacerdotal.
Jesus que tinha os seus
ascendentes na casa de Judá iria mudar o sacerdócio e, como tal, não podia
abraçar o sacerdócio da Velha Lei, ou seja, o sacerdócio levítico, porque o Seu
estaria acima dos homens e estava destinado a dar cumprimento a uma profecia de
Jacob, que já o havia prefigurado como um descendente da tribo de Judá.
Aconteceu isto no
momento do seu discurso perante todos os seus filhos: Judá, a ti te louvarão
teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos: diante de ti se
prostrarão os filhos de teu pai. Judá é um leãozinho. Subiste da presa, meu
filho. Ele se encurva e se deita como um leão, e como uma leoa; quem o
despertará? O ceptro não se arredará de Judá, nem o bastão de autoridade dentre
seus pés, até que venha aquele a quem pertence; e a ele obedecerão os povos.
[iv]
Vejamos os
acontecimentos sucedâneos:
De Judá descenderia
Farés e, sucessivamente, Hesron, Ram, Aminadab, Jessé, o rei David (1000 a . C.) Salomão e deste
toda a dinastia dos reis de Judá até
Jeconias, no tempo em que é deportado para a Babilónia (598 a .C.)
sucedendo-lhe seus filhos Selathiel, Zorobabel, a que coube a tarefa de chefiar
a repatriamento dos judeus, Abiud, Eliacim, Azor, Sadoc, Achim, Eliud, Eleazar,
Mathan, Jacob e José que veio a ser o pai espiritual de Jesus.
E assim aconteceu porque
os sacerdotes levíticos eram de natureza fraca e pecadora e erravam como os outros homens, pelos quais
eles faziam intercessão.
Jesus seria um Santo
Imaculado e separado dos pecadores.
De muitas maneiras Jesus
havia de ser, verdadeiramente, um Sumo Sacerdote superior.
Esta, a razão de haver
uma outra ordem sacerdotal, porque a existente não se coadunava com a vontade de Deus expressa não
apenas pelo rei David, no salmo, mas
como já antes o fizera Jacob e de que após o seu Ministério terreno S. Paulo
uniria tudo isto num feixe divino que é uma síntese admirável expressa na Carta
aos Hebreus, dando-nos conta do Sacerdócio cristológico que fora exercido: mas
este, porque permanece para sempre, tem o seu sacerdócio perpétuo. Portanto,
pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto
vive sempre para interceder por eles. Porque nos convinha tal sumo sacerdote,
santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os
céus; que não necessita, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia
sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo;
porque isto fez ele, uma vez por todas, quando se ofereceu a si mesmo. Porque a
lei constitui sumos sacerdotes a homens que têm fraquezas, mas a palavra do
juramento, que veio depois da lei, constitui ao Filho, para sempre. [v]
Somos levados a concluir
que Jesus Cristo ao ser prefigurado no ministério do sacerdote Melquisedeque,
apresentado como soberano e acima do sacerdócio levítico, determinou que
através d’Ele a lei de Moisés seria suplantada por um sacerdócio celestial e
superior, tal como o refere e de uma forma eloquente a Carta aos Hebreus já
citada: Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado,
separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus.
Hb 6, 20 - para que
por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos
poderosa consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar mão da esperança
proposta; a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o
interior do véu; aonde Jesus, como
precursor, entrou por nós, feito sacerdote para sempre, segundo a ordem de
Melquisedeque.
Sem comentários:
Enviar um comentário