Profecia 14
Intenção profética: O desprezo por parte dos judeus.
É tão real esta profecia
que até parece que Isaías não viveu sete séculos antes de Jesus, mas foi um seu
contemporâneo que tendo sido testemunha do desprezo a que Ele fora condenado,
como um repórter espantoso nos dá conta duma atitude que viria a realizar-se numa
escala e numa amplitude como nunca tinha sido visto: Era desprezado, e
rejeitado pelos homens.
No versículo anterior, o
profeta Isaias chama a nossa atenção para a tenra vergôntea, uma
metáfora que muitas vezes é empregue para designar o Messias, oriundo da casa
de David, como ele diz ao falar do rebento que
dali apareceria: Despontará um rebento do tronco de Jessé, e um
renovo brotará da sua raíz. [i]
Jesus é comparado a uma
vergôntea.
É como um rebento que se
fez tenro e humilde perante os homens, embora forte e poderoso pela sua
condição divina.
Jesus é isso.
Nunca se assumiu como um
rei terreno como muitos O julgavam, vendo n’Ele a libertação de Israel do jugo
romano, incluindo alguns dos que o acompanharam.
Bem pelo contrário.
Rei, sim, mas espiritual.
Jesus assumiu-se como
uma vergôntea humilde aos olhos do mundo, é verdade, mas fortalecido por Deus
que O enviara numa missão que não podia agradar aos homens poderosos do seu
tempo e dos quais viria a sofrer uma afronta
total.
Era como a raiz que
sai duma terra seca, amado por Deus e enjeitado pelo mundo, tendo começado
o desprezo dos homens, precisamente em Nazaré, a terra que O viu crescer.
Foi aqui os seus concidadãos se
revoltaram no momento em que Ele leu na sinagoga aquela passagem de Isaías: O
Espírito do Senhor Deus está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar
boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a
proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos [ii]
afirmando, com toda a segurança que naquele dia se cumpria n’Ele mesmo a
Escritura, uma asserção que lhe valeu ter sido expulso da cidade, indo para a
cidade marítima de Cafarnaum, lá para os confins de Zabulom e Naftali, onde se
fixou, passando esta a ser a sua cidade [iii] e
da qual partia de terra em terra anunciando a Boa Nova, fazendo o bem e curando
os enfermos, acções que não bastaram para ser acreditado por muitos daqueles
que O chamavam o violador do sábado e
blasfemo por chamar Pai a Deus e se dizia igual a Ele, quando, de facto, assim
era não por presunção mas por natureza por ser O Filho Unigénito, muito embora
se apresentasse tomando a forma de servo e igual aos filhos dos homens.
Estas calúnias fizeram
sofrer Jesus porque ele se viu rejeitado precisamente por aqueles que eram da
sua própria casa. Sofreu as afrontas como os profetas antigos que tinham
pregado antes d’Ele e haviam sido rejeitados e caluniados, como se procurassem
o mal do povo.
Em Jesus, efectivamente,
cumpriram-se as palavras do profeta Isaías com que ele tinha definido o Cristo:
Homem de dores e experimentado nos sofrimentos.
Jo 1, 11 - Veio para
o que era seu, e os seus não o receberam.
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