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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Profecias sobre Jesus (16) A entrada triunfal em Jerusalém



Profecia 16

Tempo Profético: Zc 9, 9 - Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo e traz a salvação; ele é humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta.
Sof 3, 14 - Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te, e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém.

Intenção profética: A entrada triunfal de Jesus, em Jerusalém.


Há, tanto em Zacarias (520 a.C.) como em Sofonias (625 a.C.) um cântico de júbilo com a vinda do Filho de Deus, num tempo vindouro que lhes escapava, mas que haveria de acontecer, tendo ambos um chamamento único e uma mesma nota de alegria dedicada à filha de Sião, designação toponímico-religiosa que entroncava no nome Sião que fora uma praça forte ocupada pelos Jebuseus [i] aquando da ocupação da Palestina pelos Israelitas no tempo de Josué, tendo sido cerca de 1000 a.C. conquistada por David, conforme refere o Livro 2 de Samuel ao dar-nos conta da acção bélica: Depois partiu o rei com os seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus, que habitavam naquela terra, os quais disseram a Davi: Não entrarás aqui; os cegos e es coxos te repelirão; querendo dizer: Davi de maneira alguma entrará aqui. [ii] tendo feita dela após a sua queda a sua cidade, identificada como Jerusalém e tendo sido dado o nome de Sião – para o perpetuar – após a construção do Templo à plataforma por ele ocupada.
Daí, que nos Salmos e nos escritos dos profetas o nome de Sião tenha passado a designar a cidade celeste, devendo entender-se a exclamação dos profetas: Alegra-te muito, ó filha de Sião e Canta alegremente, ó filha de Sião, como significando os habitantes de Jerusalém e o desejo profético de vir a viver nela, quando Deus o dispusesse,  o Rei justo – o Messias – que haveria de entrar num Domingo que tomaria o nome de  Ramos, montando um jumentinho, animal manso e novo e não um cavalo de combate, como seriam mansos e novos os anúncios de Deus que lhe estavam destinados.
Mais tarde, a colina – ou o Monte Sião – assim chamado nos primeiros anos do cristianismo e onde viviam agrupados os cristãos, foi designada por “Santa Sião”, especialmente, parte da colina onde assentava o Cenáculo e onde existiu a Basilica de Santa Sião destruída pelos persas em 614 e sobre cujas fundações, no séc. XII foram construídos pelos cruzados o Mosteiro e a Igreja da Santa Maria, que haveriam de sofrer a destruição em 1219, às ordens do sultão aiúbida Al-Muazzam, até que em 1335 foi erigida a actual Capela do Cenáculo pelos padres franciscanos.
Este local de grande tradição cristã é testemunha do momento da substituição de Judas, por Matias, estando ali reunidos os apóstolos: É necessário, pois, que dos varões que conviveram connosco todo o tempo em que o Senhor Jesus andou entre nós, começando desde o baptismo de João até o dia em que dentre nós foi levado para cima, um deles se torne testemunha connosco da sua ressurreição. E apresentaram dois: José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias. E orando, disseram: Tu, Senhor, que conheces os corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido para tomar o lugar neste ministério e apostolado, do qual Judas se desviou para ir ao seu próprio lugar. Então deitaram sortes a respeito deles e caiu a sorte sobre Matias, e por voto comum foi ele contado com os onze apóstolos. [iii] e, é testemunha do momento sublime da descida do Espírito Santo sobre o colégio apostólico: Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído, como que de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E lhes apareceram umas línguas como que de fogo, que se distribuíam, e sobre cada um deles pousou uma. E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. [iv]
Jesus fora muito claro nas suas palavras.
Havia dito que não se ausentassem de Jerusalém, mas confiadamente teriam de esperar pelo cumprimento da promessa do Pai, porque na verdade, segundo lhes disse, eles seriam baptizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias.
Jesus foi o último dos profetas.
Ele é justo e traz a salvação, é assim que diz a notícia de Zacarias.
Ele viria anunciar e realizar a obra da salvação através da realeza do Reino de Deus, que havia de ter a sua entrada definitiva na História dos homens. Não seria sua intenção mudar a vida política mas agir por dentro das pessoas, mudando-lhe o coração em ordem à sua entrada no Reino do Pai que O amava desde o princípio dos tempos.
Ele viria com o fito de libertar o homem de todas as suas tensões a começar pela erradicação da mais oprimente, e essa, era o pecado. Escolheria os mais fracos, os mais oprimidos e haveria de criticar os poderosos, aqueles que sempre haviam estado como fautores das desigualdades sociais e que até as favoreciam, nada fazendo para as eliminar.
Ele nunca seria – como não foi – um reformador da sociedade no aspecto legislativo, mas na medida em que se apresentaria – como aconteceu – como um reformador das mentalidades e dos corações, Jesus haveria de dar início a uma das maiores revoluções da História tendo como base o mandamento do Amor que Ele havia de transmitir e viver até à exaustão final das forças humanas, que fariam d’Ele, pela suprema vontade do Pai, um igual a nós, com a excepção do pecado.



Ressonância no Novo Testamento:


Jo 12, 13-14 - Tomaram ramos de palmeiras, e saíram-lhe ao encontro, e clamavam: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o rei de Israel! E achou Jesus um jumentinho e montou nele, conforme está escrito.





[i]  - Jubuseus ou Jebusitas formavam um subgrupo cananeu,  (os cananeus eram tribos dos árabes semitas) que fundaram Jebus - Jerusalém- no lugar onde ele está localizada hoje e edificaram o primeiro muro ao seu redor, dotado de 30 torres e sete portões.
[ii]  - 2 Sam 5, 7
[iii]  - Act 1, 21-26
[iv]  - Act 2, 1-4

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