O mundo livre jamais esquecerá este falecido no dia 5 de Dezembro de 2013.
É o que me apraz registar e não dizer mais palavras, mas lembrar as suas, as que ele disse no momento em que tomou posse, porque não devem ser esquecidas.
São um marco à beira de todos os caminhos!
Pede-se a este mundo - onde nem sempre o perdão é uma virtude, porque os homens se esquecem da beleza humana que ele produz - que todos se lembrem deste gigante humano, de estatura física semelhante à dos homens vulgares, mas possuidor daquele atributo - raro - que os ergue acima dos outros e os coloca no cimo da pirâmide dos eleitos.
Pede-se a este mundo - onde nem sempre o perdão é uma virtude, porque os homens se esquecem da beleza humana que ele produz - que todos se lembrem deste gigante humano, de estatura física semelhante à dos homens vulgares, mas possuidor daquele atributo - raro - que os ergue acima dos outros e os coloca no cimo da pirâmide dos eleitos.
Eis um relato do seu discurso de investidura como Presidente da África do Sul.:
O novo
presidente sul-africano, Nelson Mandela, agradeceu hoje (10 de Maio de 1994) publicamente
aos seus ex-carcereiros brancos pela sua gentileza e amizade durante os 27 anos
em que esteve atrás das grades, quando se tornou no prisioneiro mais famoso do
Mundo.
"Passei
tantos anos na prisão", disse Mandela durante o banquete com que agraciou
os seus numerosos convidados depois da cerimónia da sua tomada de posse.
"Ficarão surpreendidos ao saberem das amizades, as fortes amizades, que foram
construidas entre os prisioneiros negros e os carcereiros brancos",
afirmou.
"Foi
dificil para os responsáveis pela política (sul-africana) perseguirem-nos como
queriam porque nos tornámos amigos dos nossos carcereiros", acrescentou.
Mandela comparou os carcereiros com o presidente cessante branco, Frederik W.
de Klerk, que o libertou ha quatro anos, e agradeceu-lhes pelo seu papel na
entrega do poder `a maioria negra. Segundo disse, enviou convites especiais a
três carcereiros para participarem como VIPs na cerimónia da sua investidura
como primeiro presidente negro da Africa do Sul.
Um dos três,
James Gregory, fluente em várias línguas africanas, disse que a sua vida se
tornou vazia desde que Mandela abandonou a prisão. Os dois homens
encontraram-se quando Gregory, concluida a aprendizagem da língua xhosa, da
etnia de Mandela, chegou `a prisão de Robben Island para trabalhar nos serviços
de censura que violavam o correio dos prisioneiros. Através do contacto
estreito e discussões sobre o correio de Mandela e de outros líderes do
Congresso Nacional Africano (ANC) detidos, Gregory disse que desenvolveu uma
sólida amizade pelo líder negro. Segundo disse, Mandela era um homem que ele
admirava e estava preparado para morrer por ele nos últimos anos, depois da
transferência do líder do ANC para outra prisão, quando tinha por função ser
seu guarda pessoal. Sobre o 11 de Fevereiro de 1990, dia em que Mandela foi
libertado, Gregory afirmou: "Ele veio junto de mim, olhou-me e abraçou-me,
dizendo +voltaremos a encontrar-nos. Ambos tínhamos lágrimas nos olhos".
E mostrou um
cartão que Mandela deixou com as palavras: "as horas maravilhosas que
passámos juntos nas últimas duas décadas terminam hoje. Mas estarás sempre nos
meus pensamentos...". Quando o filho de Gregory morreu, Mandela, que
quando estava em Robben Island recebeu a notícia da morte do primogénito num
desastre de viação, enviou-lhe uma nota: "poucas coisas são tão dolorosas
como uma ferida invisível". Mandela disse que os seus 27 anos de prisão
lhe deixaram muitos amigos entre os guardas, amizades que minaram os esforços
do Governo branco para perseguir os negros.
Mandela disse
que convidou três dos seus ex-carcereiros de Robben Island "porque queria
que eles partilhassem das alegrias que emanaram deste dia. Porque, de certa
forma, eles também contribuiram", disse Mandela. O novo presidente
sul-africano reservou um louvor especial ao seu antecessor, Frederik de Klerk,
pela sua capacidade notável de reformar as suas ideias sobre o apartheid e
sobre o ANC, que agora lidera um Governo de unidade nacional. Referindo-se a De
Klerk como "meu amigo", Mandela lembrou quando de Klerk condenou os
responsáveis pelo râguebi por terem contactos com o "terrorista" ANC.
"Menciono
isto como uma medida da mudança que ele sofreu, a coragem pessoal, a visão, a
honestidade, a integridade com que ele examinou a situação na Africa do Sul e
usou o seu enorme poder como chefe do Governo para trazer reformas", disse
Mandela.
in, Máquina do Tempo (Sapo)
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