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segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Profecias sobre Jesus (17) Haveria de ser traído por um amigo


Profecia 17

Tempo Profético: Sl 41, 10 - Até um meu íntimo, que gozava da minha confiança, que partilhava o meu pão, levantou-se contra mim à traição.

Intenção profética: Jesus haveria de ser traído por um dos Seus amigos.


É o retracto de Judas que aparece escrito com todo o pormenor pelo salmista, como se ele tivesse sido uma testemunha presente na noite da traição, quando a tropa romana e homens do Sinédrio, com ele à frente, se dispuseram a lançar mão a Jesus.
Superior à dor do corpo é a dor moral, sobretudo quando o homem se vê traído por um amigo muito especial, na linha do que é dito no Salmo 55 ao continuar a expender a mesma ideia:
Pois não é um inimigo que me afronta, então eu poderia suportá-lo; nem é um adversário que se exalta contra mim, porque dele poderia esconder-me, mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu amigo íntimo. Conservávamos juntos tranquilamente, e em companhia andávamos na casa de Deus. [i]
O Salmo 41 é,  efectivamente, um salmo messiânico.
Já no versículo nº 7, quando diz: Murmuram contra mim juntos todos os que me odeiam, fazem cálculos sinistros a meu respeito, parece, sabendo Jesus que entre o colégio dos Apóstolos havia um que era uma carta fora do baralho, e esse era Judas que já no decorrer da Ceia, no Cénáculo, escondera os sinistros propósitos que o habitavam, tentando no entanto esconder-se através da pergunta espúria que fez a Jesus ao pressentir-se acusado: Porventura sou eu, Rabí? Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste [ii] que, efectivamente, o Salmo inclui o traidor no número daqueles que odiavam o Mestre e tudo faziam para o prender e condenar à morte.
Saindo para fora, tendo recebido o bocado saiu logo. E era noite diz o Evangelho de S. João [iii] a que não falta o pormenor do traidor ter saído trazendo na mão e, possivelmente, tomado o pedaço de pão da primeira Eucaristia.
É por este motivo – talvez o maior e mais negativo entre todos os que denegriram a mente de Judas - que foi grande a dor de Jesus, ao vê-lo à frente dos seus algozes, um facto anómalo que leva S. João a ser até mais expressivo que o salmista, ao afirmar o seguinte: O que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar [iv] fazendo o evangelista valer um espírito metafórico com a alusão ao uso calcanhar, considerado um meio cobarde de ataque.



Ressonância no Novo Testamento:


Mc 14, 10-11 - Então Judas Iscariotes, um dos doze, foi ter com os principais sacerdotes para lhes entregar Jesus. Ouvindo-o eles, alegraram-se, e prometeram dar-lhe dinheiro. E buscava como o entregaria em ocasião oportuna.
           




[i]  - Sl 55, 13-15
[ii]  - Mt, 26, 25
[iii]  - Jo, 13, 30
[iv]  - cf Jo, 13, 18

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