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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

O Semeador...

Gravura publicada pela Revista "Branco e Negro" 
de 4 de Outubro de 1896
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Olhando esta velha e bonita gravura, no ano que se aproxima desejava ser um semeador de coisas úteis, como:

  • ter sempre a palavra certa.
  • que a minha palavra nunca fosse sempre a última... como se a razão fosse sempre minha.
  • ter um olhar sereno.
  • saber ouvir.
  • reflectir para não ter decisões precipitadas.
  • saber acolher e aceitar as razões do outro.
  • nunca exorbitar.
  • ser humilde e saber aceitar que também cometo erros.
  • não ter arrogâncias balofas.
  • olhar o outro de olhos nos olhos
  • não murmurar e, por isso, falar apenas do que vi e sei.
  • não lançar dúvidas comportamentais sem fundamento.
  • não esconder a minha verdade, mentindo para agradar ao outro.
  • defender os meus princípios morais, éticos e religiosos.
  • amar no outro a linha fraterna que nos torna parecidos sem sermos iguais.
  • respeitar a sabedoria do mais velho.
  • não ir com o outro só para me parecer socialmente com ele.
  • defender o mais fraco.
  • não ter ideias pré-concebidas criadores de distâncias humanas.
  • saber que cada dia é um instrumento que devo utilizar com parcimónia.
  • saber que, se a defesa da minha saúde é um bem para mim, também o é para a sociedade.
  • semear, apenas,  a ambição necessária ao fruir da vida.
  • não amaldiçoar ninguém.
  • respeitar a criança e o ancião.
  • não fazer da angústia um estado de permanente insatisfação.
  • ser anúncio de coisas que me ajudem a viver e em relação ao outro.
  • ter noção do arrependimento de ter feito actos inúteis.
  • ter a noção exacta de que só posso semear, porque antes soube ser arado.
  • semear a autenticidade.
  • fazer o bem, como diz o povo “sem olhar a quem”.
  • dar o braço àqueles que caem.
  • dar o braço, se a consciência me acusa.
  • procurar sempre o caminho mais seguro, ainda que pareça o mais longo.
  • ser caridoso pela compreensão das fraquezas do outro.
  • ser casto pela pureza das ideias e das acções.
  • não castigar sem conhecer a culpa.
  • olhar o céu e agradecer, quer faça um dia de sol ou seja um dia do pior dos Invernos.
  • chorar se for preciso, imitando Jesus Cristo que fez o mesmo.
  • sentir que devo ser cidadão de corpo inteiro e exigir respeito pela minha postura.
  • nunca comparar o incomparável.
  • não comprar o que não me faz falta.
  • saber que no desacordo a comunhão manda unir.
  • conhecer para saber e não para mostrar a sabedoria como vaidade.
  • saber que é dentro da minha consciência que Deus tem a sua moradia.
  • ser convicto, não por arrogância mas por defesa daquilo em que acredito.
  • amar o corpo por ele ser um presente recebido e não um compra que se fez.
  • ser esmoler não sabendo uma mão o que a outra faz.
  • amar a virtude da esperança, na certeza que “quem espera sempre alcança”.
  • ser firme, não por teimosia mas por crença em Deus que sustém o justo.
  • glorificar a vida todos os dias, mesmo nos dias cinzentos.
  • guardar como santa que é a Palavra de Deus.
  • amar a família constituída.
  • sentir que o próximo pode não ser o que está mais perto, mas aquele que precisa de mim.
  • dar de graça o que de graça foi adquirido.
  • semear sempre, mesmo em campos humanos que me pareçam rochosos.

Peço a Deus que eu seja semeador de coisas destas e doutras que se assemelhem às que aqui ficam como exemplo de sementes que é preciso colocar nas leiras humanas da vida, porquanto, sabemos de ciência certa que só colhe com dignidade aquele que semeia.

É, por isso, que faz todo o sentido ter ido buscar ao baú das minhas velhas lembranças a imagem do SEMEADOR que vai campo fora deitando as sementes na terra, porque ele quer comer do seu pão e não do pão dos outros, que lho podiam dar por caridade, mas sem a dignidade de ter sido do seu trabalho o pão que ele tem em cima da mesa.

Assim, que em cima da minha mesa especial - que não tem corpo, mas é feita do espírito com que Deus a ajudou a fazer - eu ponha, em cada dia do ano de 2017, todo o "pão" que eu possa fruir da minha "sementeira de amor" e se for assim - se eu for capaz que assim aconteça - só tenho de agradecer a quem me vier ajudar na sementeira que me julgo, ainda, capaz de fazer.

Assim Deus me ajude!

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