Gravura publicada pela Revista "Branco e Negro"
de 4 de Outubro de 1896
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Olhando esta velha e bonita gravura, no ano que se aproxima desejava ser um semeador de coisas
úteis, como:
- ter sempre a palavra certa.
- que a minha palavra nunca fosse sempre a última... como se a razão fosse sempre minha.
- ter um olhar sereno.
- saber ouvir.
- reflectir para não ter decisões precipitadas.
- saber acolher e aceitar as razões do outro.
- nunca exorbitar.
- ser humilde e saber aceitar que também cometo erros.
- não ter arrogâncias balofas.
- olhar o outro de olhos nos olhos
- não murmurar e, por isso, falar apenas do que vi e sei.
- não lançar dúvidas comportamentais sem fundamento.
- não esconder a minha verdade, mentindo para agradar ao outro.
- defender os meus princípios morais, éticos e religiosos.
- amar no outro a linha fraterna que nos torna parecidos sem sermos iguais.
- respeitar a sabedoria do mais velho.
- não ir com o outro só para me parecer socialmente com ele.
- defender o mais fraco.
- não ter ideias pré-concebidas criadores de distâncias humanas.
- saber que cada dia é um instrumento que devo utilizar com parcimónia.
- saber que, se a defesa da minha saúde é um bem para mim, também o é para a sociedade.
- semear, apenas, a ambição necessária ao fruir da vida.
- não amaldiçoar ninguém.
- respeitar a criança e o ancião.
- não fazer da angústia um estado de permanente insatisfação.
- ser anúncio de coisas que me ajudem a viver e em relação ao outro.
- ter noção do arrependimento de ter feito actos inúteis.
- ter a noção exacta de que só posso semear, porque antes soube ser arado.
- semear a autenticidade.
- fazer o bem, como diz o povo “sem olhar a quem”.
- dar o braço àqueles que caem.
- dar o braço, se a consciência me acusa.
- procurar sempre o caminho mais seguro, ainda que pareça o mais longo.
- ser caridoso pela compreensão das fraquezas do outro.
- ser casto pela pureza das ideias e das acções.
- não castigar sem conhecer a culpa.
- olhar o céu e agradecer, quer faça um dia de sol ou seja um dia do pior dos Invernos.
- chorar se for preciso, imitando Jesus Cristo que fez o mesmo.
- sentir que devo ser cidadão de corpo inteiro e exigir respeito pela minha postura.
- nunca comparar o incomparável.
- não comprar o que não me faz falta.
- saber que no desacordo a comunhão manda unir.
- conhecer para saber e não para mostrar a sabedoria como vaidade.
- saber que é dentro da minha consciência que Deus tem a sua moradia.
- ser convicto, não por arrogância mas por defesa daquilo em que acredito.
- amar o corpo por ele ser um presente recebido e não um compra que se fez.
- ser esmoler não sabendo uma mão o que a outra faz.
- amar a virtude da esperança, na certeza que “quem espera sempre alcança”.
- ser firme, não por teimosia mas por crença em Deus que sustém o justo.
- glorificar a vida todos os dias, mesmo nos dias cinzentos.
- guardar como santa que é a Palavra de Deus.
- amar a família constituída.
- sentir que o próximo pode não ser o que está mais perto, mas aquele que precisa de mim.
- dar de graça o que de graça foi adquirido.
- semear sempre, mesmo em campos humanos que me pareçam rochosos.
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