As ideias evangélicas têm a virtude de ser eternas. Num
século em que vemos cair tantas teorias, amamos cada vez mais a ideologia
eterna. Por isso temos de caminhar juntos, construindo um cristianismo para
homens sinceros, guiados pelo Evangelho. Critérios evangélicos! Essências
medulares para todo aquele que de verdade quiser ser autêntico.
Entremos agora mesmo na aventura, sem medo de forjar
essas ideias evangélicas para nosso modo de ser, e nas sendas da nossa geração.
Velas tensas, pois, o sopro do Espírito não acabou.
Francisco Garcia-Salve
In, Cristianismo para Homens Sinceros
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A conclusão
imediata que retiramos deste preciosos livro é que urge deixar de uma vez para
sempre o comportamento burguês de um cristianismo eivado de egoísmos
individualistas, cuja única obrigação é o cumprimento formalista dos rituais
calendarizados.
Partamos, pois, e
ao invés desta prática, partamos de velas
tensas, pois, o sopro do Espírito não acabou e porque se torna urgente
recriar o mundo, tornando-o melhor e mais sincero.
Façamo-nos ao largo
de um novo Tiberíades que espera por novos barcos de velas tensas e de renovados pescadores sem medo de forjar essas ideias evangélicas para nosso modo de ser, que
é, afinal, o sopro propício que nos há-de levar pelos caminhos do mundo.
Em cada barco
escrevamos um nome: autenticidade.
É o que o mundo
mais precisa.
Mesmo antes de se
falarmos das ideias evangélicas que
nos guiam, o mais importante é que os outros vejam que somos autênticos e não canas fendidas, ritualistas e mornos,
mas antes, sinceros no modo como actuamos, já que, os que o não são, mais cedo
ou mais tarde têm o seu ocaso.
A verdade, no dizer
do povo – que é sábio – vem sempre acima, mas causa espanto que no nosso tempo
o que está em cima, ao invés disso, são as frivolidades de um mundo perverso
que teve a habilidade de pôr nesse
lugar de eleição valores que o não merecem, uma razão que acresce à acção da ideologia eterna que é preciso defender.
Não tenhamos medo
de dar o nome de ideologia à Mensagem de Deus, sem esquecermos, no entanto, que
o termo tem conotações seculares, mas é preciso que a espiritualidade vivida
com a sinceridade da crença, faça da doutrina evangélica uma ideologia capaz de
render para o cristão dividendos
espirituais como resultado da sua adesão a essa doutrina.
E estes dividendos, que são lucros na economia
de Deus, são possíveis através de um conjunto de princípios que servem de base
ao sistema religioso, que não ignorando a filosofia política, tende a que ela
se conforme nos seus aspectos sociais e éticos com a verdade revelada, donde
ganha toda a importância a sinceridade que se usa no jogo de equilíbrios – às
vezes bem difíceis de alcançar – nas modernas sociedades massificadas, onde a
ideia na crença de Deus perdeu algum sentido pelos ataques que tem sofrido,
cientificamente conduzidos.
Manda a verdade
dizer que este ataque concertado à fé em Deus, negando a sua existência, é
feito pelo mundo perverso para que não
existam regras, nem leis espirituais, e não havendo leis nem regras, então nada
é certo nem errado! Tudo é permitido.
O Legislador,
porém, não se deixa matar.
Eis, porque, num século em que vemos cair tantas teorias
– Francisco Garcia-Salve, referia-se ao século XX - a ideologia eterna, longe de perder o sentido está aí, bem de pé, à
procura dos homens sinceros, sem comportamentos aburguesados.
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