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sábado, 15 de outubro de 2016

Ser autêntico


As ideias evangélicas têm a virtude de ser eternas. Num século em que vemos cair tantas teorias, amamos cada vez mais a ideologia eterna. Por isso temos de caminhar juntos, construindo um cristianismo para homens sinceros, guiados pelo Evangelho. Critérios evangélicos! Essências medulares para todo aquele que de verdade quiser ser autêntico.
Entremos agora mesmo na aventura, sem medo de forjar essas ideias evangélicas para nosso modo de ser, e nas sendas da nossa geração. Velas tensas, pois, o sopro do Espírito não acabou.

Francisco Garcia-Salve
In, Cristianismo para Homens Sinceros

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A conclusão imediata que retiramos deste preciosos livro é que urge deixar de uma vez para sempre o comportamento burguês de um cristianismo eivado de egoísmos individualistas, cuja única obrigação é o cumprimento formalista dos rituais calendarizados.
Partamos, pois, e ao invés desta prática, partamos de velas tensas, pois, o sopro do Espírito não acabou e porque se torna urgente recriar o mundo, tornando-o melhor e mais sincero.
Façamo-nos ao largo de um novo Tiberíades que espera por novos barcos de velas tensas e de renovados pescadores sem medo de forjar essas ideias evangélicas para nosso modo de ser, que é, afinal, o sopro propício que nos há-de levar pelos caminhos do mundo.

Em cada barco escrevamos um nome: autenticidade.
É o que o mundo mais precisa.
Mesmo antes de se falarmos das ideias evangélicas que nos guiam, o mais importante é que os outros vejam que somos autênticos e não canas fendidas, ritualistas e mornos, mas antes, sinceros no modo como actuamos, já que, os que o não são, mais cedo ou mais tarde têm o seu ocaso.
A verdade, no dizer do povo – que é sábio – vem sempre acima, mas causa espanto que no nosso tempo o que está em cima, ao invés disso, são as frivolidades de um mundo perverso que teve a habilidade de pôr nesse lugar de eleição valores que o não merecem, uma razão que acresce à acção da ideologia eterna que é preciso defender.
Não tenhamos medo de dar o nome de ideologia à Mensagem de Deus, sem esquecermos, no entanto, que o termo tem conotações seculares, mas é preciso que a espiritualidade vivida com a sinceridade da crença, faça da doutrina evangélica uma ideologia capaz de render para o cristão dividendos espirituais como resultado da sua adesão a essa doutrina.

E estes dividendos, que são lucros na economia de Deus, são possíveis através de um conjunto de princípios que servem de base ao sistema religioso, que não ignorando a filosofia política, tende a que ela se conforme nos seus aspectos sociais e éticos com a verdade revelada, donde ganha toda a importância a sinceridade que se usa no jogo de equilíbrios – às vezes bem difíceis de alcançar – nas modernas sociedades massificadas, onde a ideia na crença de Deus perdeu algum sentido pelos ataques que tem sofrido, cientificamente conduzidos.
Manda a verdade dizer que este ataque concertado à fé em Deus, negando a sua existência, é feito pelo mundo perverso para  que não existam regras, nem leis espirituais, e não havendo leis nem regras, então nada é certo nem errado! Tudo é permitido.

O Legislador, porém, não se deixa matar.
Eis, porque, num século em que vemos cair tantas teorias – Francisco Garcia-Salve, referia-se ao século XX - a ideologia eterna, longe de perder o sentido está aí, bem de pé, à procura dos homens sinceros, sem comportamentos aburguesados.

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