Estátua de António Feliciano de Castilho - Av. da Liberdade, Lisboa
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Na sua obra, "Telas Literárias" no Vol. III, António Feliciano de Castilho, ao falar de Fr. Francisco de Monte-Alverne, a propósito dos génios humanos - conforme nos recorda Mário Gonçalves Viana no seu livro: "Psicologia do Homem" - estando aquele eminente escritor do século XIX a "pintar" com a sua escrita este eminente clérigo e Pregado Real brasileiro, filho de pai açoriano da Ilha do Pico e de mãe brasileira, num dado passo diz o seguinte:
O génio tem estações e tem horas de abrasamentos e regelos: esplendores solares e trevas infernais: nuns momentos, asas; noutros, grilhões e cepos; vendo-se no espelho da consciência, ele próprio se espanta de tamanhas diversidades; segundo ali se descobre, se deplora ou se aplaude; verdadeiro, quando se coroa por suas mãos se flagela; e tão sincero, quando esquecido dos "Hossanas" entoa os "De Profundis" como quando desde o esquálido sepulcro ressuscita e canta glorioso a sua vitória, ou a sua morte.
Estas alternativas, repetimo-lo, são frequentes; são talvez pensão inseparável de todos os méritos relevantes, Estudando-as de perto, não é difícil reconhecê-las.
Virgílio na hora esplêndida escreve a "Eneida"; na hora negra, Virgílio lavra em seu testamento que a "Eneida" seja queimada. E quando mesmo a compunha, que de vezes, no seu infatigável limar, relimar, e refazer, não duvidaria da Musa, do talento, de si, e do futuro.
Ainda bem que essas aflitivas lutas se passam todas interiores! Sem isso, em que banho de rosas se não consolara a mediocridade, vendo cair a um e um os ídolos da sua forçada adoração.
Teço um louvor profundo a esta análise do génio humano tecido em forma de "tela literária" por António Feliciano de Castilho - pese ou não o facto de ter sido, segundo os seus críticos um homem controverso - mas que aqui, neste pedaço de prosa eloquente traça com mestria a luta interior do homem genial consigo mesmo, apontado o exemplo de Virgílio, pois se assim não fora - se a cada homem não estivesse reservada a análise sincera de si mesmo e da sua valia, de que banho de rosas se não consolaria a mediocridade, que é, em muitos casos, o que vemos estampado em casos que todos conhecemos por não saberem ler dentro de si mesmos aquilo que valem, arvorando-se ou a serem assim considerados pelos medíocres, como eles são.
Olhemos em nosso redor e veremos como eles passam...
O génio tem estações e tem horas de abrasamentos e regelos: esplendores solares e trevas infernais: nuns momentos, asas; noutros, grilhões e cepos; vendo-se no espelho da consciência, ele próprio se espanta de tamanhas diversidades; segundo ali se descobre, se deplora ou se aplaude; verdadeiro, quando se coroa por suas mãos se flagela; e tão sincero, quando esquecido dos "Hossanas" entoa os "De Profundis" como quando desde o esquálido sepulcro ressuscita e canta glorioso a sua vitória, ou a sua morte.
Estas alternativas, repetimo-lo, são frequentes; são talvez pensão inseparável de todos os méritos relevantes, Estudando-as de perto, não é difícil reconhecê-las.
Virgílio na hora esplêndida escreve a "Eneida"; na hora negra, Virgílio lavra em seu testamento que a "Eneida" seja queimada. E quando mesmo a compunha, que de vezes, no seu infatigável limar, relimar, e refazer, não duvidaria da Musa, do talento, de si, e do futuro.
Ainda bem que essas aflitivas lutas se passam todas interiores! Sem isso, em que banho de rosas se não consolara a mediocridade, vendo cair a um e um os ídolos da sua forçada adoração.
Teço um louvor profundo a esta análise do génio humano tecido em forma de "tela literária" por António Feliciano de Castilho - pese ou não o facto de ter sido, segundo os seus críticos um homem controverso - mas que aqui, neste pedaço de prosa eloquente traça com mestria a luta interior do homem genial consigo mesmo, apontado o exemplo de Virgílio, pois se assim não fora - se a cada homem não estivesse reservada a análise sincera de si mesmo e da sua valia, de que banho de rosas se não consolaria a mediocridade, que é, em muitos casos, o que vemos estampado em casos que todos conhecemos por não saberem ler dentro de si mesmos aquilo que valem, arvorando-se ou a serem assim considerados pelos medíocres, como eles são.
Olhemos em nosso redor e veremos como eles passam...
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