QUADRO
Cai a tarde serena no seu manto.
Fumosas espirais sobem,
abrindo...
Há um trinar saudoso cheio
d’encanto
Nas pernadas verdes... e,
entretanto,
Descuidadas crianças folgam,
rindo!
Beijam o ar perfumes cativantes
Emanados das flores olorosas;
E vagos, compassados e distantes
Erguem-se com graça os descantes
Que chegam em notas
caprichosas...
Voga rio acima, docemente
Um barco leve... vai a todo o
pano,
E o Sol, bola de fogo, cai no
Poente
Num beijo doce ao monte quente
Que agradece e se fecha todo
ufano!
E nessa hora de mágicas venturas
Passam brandas, serenas
amizades...
E que contentes vão as
criaturas!
Aqui perto soam brandas e
seguras
As notas suaves e santas das
Trindades!
Miradouro da Senhora do Monte
(Monte de S. Gens)
Graça – Lisboa (1955)
(De um livro a publicar sob o título VELA AO VENTO)
Sem comentários:
Enviar um comentário