O MALTRAPILHO
Bateram de rijo à porta...
Era um homem quebrado
De vestuário roto e sujo.
E de cabelo caído
E emaranhado...
Com barba de dias
E com ar cansado...
Mas no olhar vivo
Havia um carvão aceso!
As mãos enclavinhadas
De dedos esguios
Seguravam com amor
Uma tela onde se viam rios
E campos em flor!
- Sou um pintor...
Era um artista
Que queria vender
O que trazia à vista!
E num gesto largo
Como se quisesse
Abraçar um amigo
Mostrou um quadro
Onde ondulava, manso,
Um mar de trigo...
O artista não tinha nome
Mas teve dignidade
Naquela postura...
E tinha, senti,
Muita fome
Daquele pão ondulante
Que havia na pintura!
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De um livro a publicar sor o nome:
VELA AO VENTO
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