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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A diferença entre o dizer e o fazer!

in, "Expresso",sapo.pt de 25 de Janeiro de 2015
http://www.sapo.pt/de 3 de Fevereiro de 2016


Em Janeiro de 2015 António Costa "embandeirou em arco" com a vitória do Syriza, na Grécia, mercê do embuste do Sr. Tsipras que na campanha eleitoral andou a enganar o povo com a promessa de, com a sua vitória, se virar a página da austeridade, como se no Mar Egeu se houvessem descoberto jazidas de petróleo...

Na altura, António Costa disse que o povo grego "resistiu a todas as pressões" e como noticia o jornal "Expresso" de 25 de Janeiro de 2015, citando-o, afirmou que "Vitória do Syriza é um sinal de mudança que dá força para seguir a mesma linha", (ipsis-verbis).

Afinal o Sr. Tsipras meteu "a viola no saco". Aceitou um novo resgate e não virou a página da austeridade, infelizmente, para o povo da Velha Grécia, que por aquilo que deu ao Mundo de cultura humana e civilizacional, bem merecia ser tratado com mais respeito.

Por isso, não tenhamos ilusões.

O velho Portugal que "deu mundos ao Mundo", bem ao contrário do que desejou António Costa, quando se pôs ao lado do Syriza, tem tido - e vai continuar a ter - o tratamento que pela sua história devia de merecer mais respeito, mas como a Grécia, vai ter o tratamento dos oligarcas da Economia que de pouco ou nada se importam da história humana dos povos.

António Costa devia saber isto.

E, como viu, o pré-Orçamento 2016 que apresentou em Bruxelas - pelos vistos, sofrendo do mal da tal linha "syrizante" que ele defendeu em Janeiro de 2015, não deu certo, porque há normas europeias que têm de ser respeitadas, tendo agora obrigado Portugal a fazer "marcha à ré" e, como se sabe, propor emendas - que nos vão custar caras - para a aprovação do Orçamento 2016, o que muito se deseja, bem como, o de virar "a página da austeridade", uma frase sonante que soa bem...

Veremos é se não é música celestial, pela diferença abissal que existe entre o dizer e o fazer, dada a precaridade em que vivemos, mergulhados como estamos numa dívida que vai sobrar para, pelo menos, duas ou três gerações de portugueses!

Lamento este desabafo!

E é nesse tom, como tenho defendido, que entendo o seguinte: ou em Portugal se encontra maneira de haver um pacto de regime entre os partidos mais consentâneos com uma linha construtora de uma Europa defensora dos valores ancestrais, ou de fractura em fractura andamos a caminhar para o deserto dos valores e das ideias, pelas quais merece a pena viver.


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