Bernardo de Passos (1876-1930) herdou de seu pai o estro que bem cedo se espraiou em publicações do seu Algarve, onde deu asas ao seu republicanismo que o levou, naquele tempo de algum obscurantismo a dar aulas na sua terra nata, gratuitamente.
Foi tão grato para os seus conterrâneos que chegou a merecer o apodo elogioso de "São Bernardo de Passos", pelas suas preocupações sociais, não hesitando em criticar o poder que não actuava em prol dos mais desprotegidos.
Poeta de rara inspiração lírica, cantou o Algarve de que é um lídimo representante literário, tendo dado Largas à Natureza e à Mulher.
"Adeus" foi o seu primeiro livro de poemas editado em 1902, a que se seguiu, em 1907 "Grão de Trigo", obra que ele dedicou ao que viria a Manuel de Arriaga que veio a ser Presidente da República(1911-1915) e na sua esteira literária publica em 1909 "Portugal na Cruz" e em 1913 "Bandeira da República", tendo postumamente sido publicado em 1930 "A Árvore e o Ninho", um livro dedicado às crianças
Os dois sonetos deste ilustre Poeta algarvio dei por eles publicados na revista "Alma Nova" III série, em que sob o título "Revista do Ressurgimento Nacional" iniciada em 1922 e na qual, fiel ao seu ideário político, Bernardo de Passos, faz alarde da sua paixão literária pela Natureza do seu torrão natal onde, sentidamente, que no "Regresso", quer em "Sombra" ela está presente com os encantos, como nenhum outro poeta soube até hoje, enaltecer a "urze das serranias", os "ermos" e a "voz das fontes" dos "rebanhos" e, sobretudo, dos "horizontes" onde se erguiam as "Árvores maternais" em que ele se sentiu - por motivos que escapam aos seus leitores e admiradores - "folha morta dum outono"...
De pouco importa, porque é esta "folha morta" que continua a viver, na verdura de todas as folhas que nos deixou... e foram tantas que os seus conterrâneos de S. B´rás de Alportel jamais deixarão de tornar verde e viva a folha "vivente" da sua memória.
Estátua do Poeta em S. Brás de Alportel
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