O Livro da Sabedoria ou da Sabedoria de Salomão é atribuído a este rei de Israel que reinou em Jerusalém no século X a. C., embora haja quem o situe como pertença de um sábio da Escola de Alexandria que o escreveu no século I a. C., com origem naquele centro político e cultural grego, em que o autor centrando-se na filosofia, costumes e cultos religiosos que não raro constituíam hostilidades à cultura do povo judaico que habitava no Egipto, se serviu das Escrituras para o escrever.
As alegrias do sábio
Feliz o homem que encontrou a sabedoria
e adquiriu a inteligência,
porque a sua conquista vale mais que a
prata,
e o seu lucro é melhor que o ouro fino.
Ela é mais preciosa do que as pérolas
e nada do que possas desejar lhe será
igual.
Na mão direita sustenta uma longa vida,
e na esquerda, riquezas e glória.
Os seus caminhos são deliciosos
e são tranquilas todas as suas veredas.
É árvore da Vida para aqueles que a
alcançam;
felizes daqueles que a possuírem.
O Senhor fundou a terra com sabedoria
e ordenou os céus com inteligência.
Pelo seu saber foram abertos os abismos,
e as nuvens destilam o orvalho.
Meu filho, guarda a ponderação e a
prudência,
não as percas de vista.
Elas serão a vida da tua alma
e um adorno para o teu peito.
Então, percorrerás com segurança o teu
caminho,
e os teus pés não tropeçarão.
Quando te deitares, não terás medo;
repousarás e o teu sono será agradável.
Não recearás o terror imprevisto,
nem a ruína reservada aos ímpios.
Pois o Senhor estará ao teu lado
e defenderá o teu pé da armadilha.
Livro da Sabedoria (3, 13-26)
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O autor - fosse quem fosse - tinha a consciência histórica do povo a que pertencia e escreveu um Livro notabilíssimo que procurou a todos os títulos reforçar a fé e activar a esperança, relembrando a história dos seus avoengos, tentando e tendo conseguido com a experiência oral dos antepassados ensinar a verdadeira sabedoria tendente ao fruir de uma vida justa e de felicidade através do pensamento e da sabedoria herdada do Deus da História dos homens.
Teve como fim a oposição à idolatria e a um modo de vida que no tempo - como hoje acontece - nasce sempre daquele modo de viver a vida, tendo-se ficado a dever ao "Livro da Sabedoria" o ter guiado o Povo de Deus, pela demonstração que a sabedoria, se é um esforço do homem para aperfeiçoar o seu pensamento é antes de tudo, um dom que Deus dá de graça a qualquer homem.
Neste tempo frívolo por demais em que se vive em muitos quadrantes humanos, de costas voltadas para Deus, o "Livro da Sabedoria" de que se extraiu um pequeno excerto, devia ser um modo de leitura no qual, bem pesado o tempo em que foi escrito e para quem o foi, ele devesse continuar a ser, no século XXI, útil em muitos aspectos, assim o homem aprendesse a ter menos sabedoria das coisas rasteiras e mais das que o deviam levar a entender o que de cima, conduz o seu destino.
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