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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

"Amor não é Filosofia"


Amor não é filosofia.

É exercício de vida,
É construção quotidiana,
Semeadura e colheita,
Resignação e atitude.
Permanente doação.

Amor não é filosofia.

Amor é dividir multiplicando,
Acolher o alheio em nosso íntimo...
Amor é labor,
É como regar as flores...
Semear a messe...
Colher as rosas...

Amor não é filosofia.

É química agindo...
Física aplicada...
Matemática dos seres,
Linguagem de beijos,
Geografia de corpos,
História de vidas.

Amor não é filosofia.

É vida conjugada,
Experiência dividida,
Prazer multiplicado.
(Amor nem sempre é riso
Mas, também, nem sempre é dor.)

Amor é o divino no humano,
O infinito no efémero.
Amor é a iniciação à eternidade.
Ilumine-se:
Exercite o amor todos os dias.

Autor Desconhecido

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Eu tiro o meu chapéu a este "Autor Desconhecido" que tão sabiamente nos veio dizer que "Amor não é Filosofia", que em si mesma, para além do conhecer, tem como ideário uma atitude que nasce da própria natureza do indivíduo relativamente ao Mundo que o cerca e a ele mesmo no seu contacto na focagem que o obriga a pensar nas questões do existir, e na análise natural dentro do racionalismo sobre o modo comportamental da compreensão do ser.

É isto, mais ou menos o que nos dizem as sebentas académicas, mas o "Autor Desconhecido" fala fora de qualquer academismo.

Diz-nos, com veemência, que "Amor não é Filosofia", e o que ele quer transmitir é que, esta sua asserção não é uma ideia que vogue num espaço alado, mas antes, o "Amor" de que ele nos fala é, como ele diz no primeiro verso um exercício de vida, que tende a dar ao indivíduo uma educação racional alicerçada nos princípios da sabedoria das ideias e atitudes que em cada dia caminham a par da semeadura e da colheita do amor singular que ao dividir não se apouca, mas multiplica, na tal experiência dividida de que o "Autor Desconhecido" não deixa de referir.

"Amor não é Filosofia" porque é o divino no humano e tudo o que vai buscar ao divino a ciência da vida não se funda em filosofias, mas em Verdades tão grandes que o infinito existe no efémero, sem que este efémero não deixe de ser em cada criatura a iniciação à eternidade... e é por isto que o "Amor não é Filosofia" mas um meio de nos aproximar do outro - amando-o - que é, afinal, onde se pode conquistar o infinito no efémero, ou seja, deixar de si mesmo, cada um, no tempo efémero em que dura a vida um rasto de uma presença de tal modo vivida, que ela  por si mesma, se projecta no infinito existencial na lembrança dos vivos e na solicitude de Deus que nunca se ausenta da sua criatura.


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