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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Os novos neo-paganismos





O neo-paganismo, não raro, infiltra-se no cristão que rejeitou a herança avoenga e busca um caminho diferente, mais de acordo, segundo o seu ponto de vista, com pensamentos modernos.
Só que a modernidade, às vezes, é o engano dos incautos. Sob a sua capa esconde a barbaridade – apresentada como uma aragem nova – mas que, por vezes, tem o bolor das velharias, da qual   só se dá conta depois dela  ter feito muitos estragos na moral pública dos povos.

Insere-se aqui o neo-paganismo actual.

Advoga o evolucionismo, mas com este aferrado a tendências obtusas, assanhadas de assuntos polémicos chegados à ribalta da sociedade contemporânea, como o homossexualismo, o aborto, a eutanásia, o controle de natalidade e liberdade religiosa, o que faz desta corrente liberalista e ateia uma “religião” a que não têm ficado impunes homens públicos com grande influência governamental, em muitas Nações do velho Ocidente, degradado e permissivo, donde não é de excluir a falta de exemplos, dos quais dizia, antigamente, um velho ditado que “vinham sempre de cima” e hoje não vêm, nem de “baixo” nem de “cima” porque existe um abandono dos valores autênticos que dantes punham equilíbrio nas sociedades.

O paganismo antigo mostrou-se mais visível com o Renascimento com a adopção da cultura pagã grega e romana como fonte de inspiração artística, vindo, depois, a ser aviventado com o eclodir da Revolução Francesa, com os jacobinos e seu anticatolicismo radical que prestava culto à deusa “razão”, representada com um barrete frígio, o mesmo usado nas representações do culto de Mithra, uma espécie de missa negra primitiva.
Tomou, depois, novo alento com o advento do Romantismo, no início do século XIX.
Com a literatura daquela escola o paganismo tonou o deus pagão Pã (1) uma figura importante na literatura romântica, que deixou raízes.

Assistimos, no nosso tempo, com efeito à existência do ressurgimento – em outros moldes, o que se entende devido à evolução dos tempos – de um novo paganismo, mas, de igual modo entroncado no da Idade Média, sustentado, então, por credos diversificados que aceitavam e defendiam mitos e divindades das mais variadas fontes para a criação de uma pseudo “religião” de carácter pessoal, donde existirem credos pagãos no mesmo número dos seus apaniguados e donde ressaltavam crenças como a reverência levada ao extremo pela natureza, pela veneração de deuses e folclores antigos onde quase sempre entravam magias esotéricas.
Hoje, os tempos são outros e, do mesmo modo, são outros os novos deuses, sobretudo o deus do dinheiro, castrando a juventude e de que são exemplos recentes, livros e filmes como  "O Senhor dos Anéis" e "Harry Potter", a que sucedeu, deposi, com o  “O Código Da Vinci” que  rendeu  ao autor deste livro ficcionado – que é uma mentira sobre a vida de Jesus – a venda de mais de 40 milhões de exemplares.

Mais uma vez o deus do dinheiro funcionou em pleno, porque Dan Brown, explorando um mundo virado em grande parte para um paganismo moderno, encheu os cofres próprios à custa dos papalvos que compraram o livro e  viram o filme, tendo estimando os responsáveis da empresa de Hollyood que o produziu, que o mesmo seria visto por mais de 800 milhões de pessoas. No Ocidente, está a grande fatia daqueles muitos milhões, porque o Ocidente está a dormir. Refastelado na sociedade de consumo que criou para se esbodegar e prostituir o Velho Continente afoga-se mais em cada dia que passa.

No filme a divindade – tinha que ser assim, para se enquadrar no neo-paganismo – morreu. Jesus é um homem normal, como o autor destas linhas, que enquanto católico se sente ofendido pelo livro que é uma afronta e pelo filme que é um dislate.
Que fazer?
Certamente não se podem cruzar os braços nem deixar embotar a mente, havendo que denunciar a ficção que é este livro, que começa com um assassinato no Museu do Louvre, ocorrido, quando o professor Robert Langdon visitou Paris.

Trata-se de um académido, autor ente outros livros de "A Simbologia das Seitas Secretas" que provoca controvérsias envolvendo o Vaticano.  A trama tem aqui o ponto de partida para descobertas cujo fio da meada são obras de Leonardo da Vinci, donde a citação do mestre italiano é um dos trunfos, já que  tanto a "Mona Lisa" como a "Santa Ceia" têm papel central no romance.
A habilidade do texto de Brown, faz de "O Código Da Vinci"  uma vertiginosa descida aos maiores segredos da história ocidental, que, tirando o fôlego do leitor, desvenda o que o autor se refere como "a maior conspiração dos últimos 2.000 anos" - que Jesus Cristo era um mero mortal e que sua santidade foi construída através dos tempos, para justificar o poder da Igreja Católica.

Eis o que se pretendeu alcançar: A Igreja e o seu poder, há muitos anos separado do político nas sociedades ocidentais.
O livro é uma espécie de  "Harry Potter" para adultos"
Tem feito estragos e com o filme, em tempos exibido fez mais alguns.
É que pretende o neo-paganismo.
E das duas, uma.
Ou o mundo arrepia caminho, especialmente a Velha Europa, mãe de culturas que em tempos lhe deram importância e responsabilidade ou vamos a caminho, alegremente, para a cloaca humana que há-de fazer dos povos ocidentais o tapete de jogos sujos de homens sem escrúpulos, como Dan  Brown,. que passou a viver à tripa-forra à custa da miséria humana de um pensamento que se deixou embotar no modernismo falso das novas heresias.
Porque é disto que se trata.
De uma afronta sem nome, que não podemos deixar sem um grito de revolta, competindo-nos, porém, denunciar o embuste e chamar a atenção para a pedagogia que é preciso fazer, especialmente nas camadas mais jovens, para as quais não pode haver uma censura, mas antes e veemente, para os adultos endeusados a uns tantos “espertalhões” que estão a cavar fundo a sepultura do Velho Continente.
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(1) - Pã, cujo nome em grego significa "tudo", assumiu de certa forma o carácter de símbolo do mundo pagão e nele era adorada toda a natureza. Na mitologia grega, Pã era o deus dos caçadores, dos pastores e dos rebanhos. Representado por uma figura humana com orelhas, chifres, cauda e pernas de bode, trazia sempre uma flauta, a "flauta de Pã", que ele mesmo fizera aproveitando o caniço em que se havia transformado a ninfa Siringe. Sobre seu nascimento há várias versões: dão-no como filho de Zeus ou de Hermes, também como filho do Ar e de uma nereida, ou filho da Terra e do Céu. Teve muitos amores, os mais conhecidos com as ninfas Pítis e Eco, que, por abandoná-lo, foram transformadas, respectivamente, em pinheiro e em uma voz condenada a repetir as últimas palavras que ouvia. Segundo a tradição, seu culto foi introduzido na Itália por Evandro, filho de Hermes, e em sua honra celebravam-se as lupercais.

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