O
neo-paganismo, não raro, infiltra-se no cristão que rejeitou a herança avoenga
e busca um caminho diferente, mais de acordo, segundo o seu ponto de vista, com
pensamentos modernos.
Só que a
modernidade, às vezes, é o engano dos incautos. Sob a sua capa esconde a
barbaridade – apresentada como uma aragem nova – mas que, por vezes, tem o
bolor das velharias, da qual só se dá
conta depois dela ter feito muitos
estragos na moral pública dos povos.
Insere-se aqui
o neo-paganismo actual.
Advoga o evolucionismo, mas com
este aferrado a tendências obtusas, assanhadas de assuntos polémicos chegados à ribalta da sociedade contemporânea, como o
homossexualismo, o aborto, a eutanásia, o controle de natalidade e liberdade
religiosa, o que faz desta corrente liberalista e ateia uma “religião” a que
não têm ficado impunes homens públicos com grande influência governamental, em
muitas Nações do velho Ocidente, degradado e permissivo, donde não é de excluir
a falta de exemplos, dos quais dizia, antigamente, um velho ditado que “vinham
sempre de cima” e hoje não vêm, nem de “baixo” nem de “cima” porque existe um
abandono dos valores autênticos que dantes punham equilíbrio nas sociedades.
O paganismo
antigo mostrou-se mais visível com o Renascimento com a adopção da cultura pagã
grega e romana como fonte de inspiração artística, vindo, depois, a ser
aviventado com o eclodir da Revolução Francesa, com os jacobinos e seu
anticatolicismo radical que prestava culto à deusa “razão”, representada com um
barrete frígio, o mesmo usado nas representações do culto de Mithra, uma
espécie de missa negra primitiva.
Tomou, depois,
novo alento com o advento do Romantismo, no início do século XIX.
Com a
literatura daquela escola o paganismo tonou o deus pagão Pã (1) uma figura importante na literatura romântica, que deixou raízes.
Assistimos, no
nosso tempo, com efeito à existência do ressurgimento – em outros moldes, o que
se entende devido à evolução dos tempos – de um novo paganismo, mas, de igual modo
entroncado no da Idade Média, sustentado, então, por credos diversificados que
aceitavam e defendiam mitos e divindades das mais variadas fontes para a
criação de uma pseudo “religião” de carácter pessoal, donde existirem credos
pagãos no mesmo número dos seus apaniguados e donde ressaltavam crenças como a
reverência levada ao extremo pela natureza, pela veneração de deuses e
folclores antigos onde quase sempre entravam magias esotéricas.
Hoje, os
tempos são outros e, do mesmo modo, são outros os novos deuses, sobretudo o
deus do dinheiro, castrando a juventude e de que são exemplos recentes, livros
e filmes como "O Senhor dos
Anéis" e "Harry Potter", a que sucedeu, deposi, com o “O Código Da Vinci” que rendeu
ao autor deste livro ficcionado – que é uma mentira sobre a vida de
Jesus – a venda de mais de 40 milhões de exemplares.
Mais uma vez o
deus do dinheiro funcionou em pleno, porque Dan Brown, explorando um mundo
virado em grande parte para um paganismo moderno, encheu os cofres próprios à
custa dos papalvos que compraram o livro e viram o filme, tendo estimando os responsáveis da empresa de Hollyood que o
produziu, que o mesmo seria visto por mais de 800 milhões de pessoas. No
Ocidente, está a grande fatia daqueles muitos milhões, porque o Ocidente está a
dormir. Refastelado na sociedade de consumo que criou para se esbodegar e
prostituir o Velho Continente afoga-se mais em cada dia que passa.
No filme a
divindade – tinha que ser assim, para se enquadrar no neo-paganismo – morreu.
Jesus é um homem normal, como o autor destas linhas, que enquanto católico se
sente ofendido pelo livro que é uma afronta e pelo filme que é um dislate.
Que fazer?
Certamente não
se podem cruzar os braços nem deixar embotar a mente, havendo que denunciar a
ficção que é este livro, que começa com um assassinato no Museu do Louvre,
ocorrido, quando o professor Robert Langdon visitou Paris.
Trata-se de um
académido, autor ente outros livros de "A Simbologia das Seitas
Secretas" que provoca controvérsias envolvendo o Vaticano. A trama tem aqui o ponto de partida para
descobertas cujo fio da meada são obras de Leonardo da Vinci, donde a citação
do mestre italiano é um dos trunfos, já que
tanto a "Mona Lisa" como a "Santa Ceia" têm papel
central no romance.
A habilidade
do texto de Brown, faz de "O Código Da Vinci" uma vertiginosa descida aos maiores segredos
da história ocidental, que, tirando o fôlego do leitor, desvenda o que o autor
se refere como "a maior conspiração dos últimos 2.000 anos" - que
Jesus Cristo era um mero mortal e que sua santidade foi construída através dos
tempos, para justificar o poder da Igreja Católica.
Eis o que se
pretendeu alcançar: A Igreja e o seu poder, há muitos anos separado do político
nas sociedades ocidentais.
O livro é uma
espécie de "Harry Potter" para
adultos"
Tem feito
estragos e com o filme, em tempos exibido fez mais alguns.
É que pretende
o neo-paganismo.
E das duas,
uma.
Ou o mundo
arrepia caminho, especialmente a Velha Europa, mãe de culturas que em tempos
lhe deram importância e responsabilidade ou vamos a caminho, alegremente, para
a cloaca humana que há-de fazer dos povos ocidentais o tapete de jogos sujos de
homens sem escrúpulos, como Dan Brown,.
que passou a viver à tripa-forra à custa da miséria humana de um
pensamento que se deixou embotar no modernismo falso das novas heresias.
Porque é disto
que se trata.
De uma afronta
sem nome, que não podemos deixar sem um grito de revolta, competindo-nos,
porém, denunciar o embuste e chamar a atenção para a pedagogia que é preciso
fazer, especialmente nas camadas mais jovens, para as quais não pode haver uma
censura, mas antes e veemente, para os adultos endeusados a uns tantos
“espertalhões” que estão a cavar fundo a sepultura do Velho Continente.
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(1) - Pã, cujo nome em grego
significa "tudo", assumiu de certa forma o carácter de símbolo do
mundo pagão e nele era adorada toda a natureza. Na mitologia grega, Pã era o
deus dos caçadores, dos pastores e dos rebanhos. Representado por uma figura humana
com orelhas, chifres, cauda e pernas de bode, trazia sempre uma flauta, a
"flauta de Pã", que ele mesmo fizera aproveitando o caniço em que se
havia transformado a ninfa Siringe. Sobre seu nascimento há várias versões:
dão-no como filho de Zeus ou de Hermes, também como filho do Ar e de uma
nereida, ou filho da Terra e do Céu. Teve muitos amores, os mais conhecidos com
as ninfas Pítis e Eco, que, por abandoná-lo, foram transformadas,
respectivamente, em pinheiro e em uma voz condenada a repetir as últimas
palavras que ouvia. Segundo a tradição, seu culto foi introduzido na Itália por
Evandro, filho de Hermes, e em sua honra celebravam-se as lupercais.
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