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quarta-feira, 23 de abril de 2014

Freitas do Amaral e as voltas do "vira" político



É sim senhor. 
Freitas do Amaral de cravo vermelho!


Para festejar os 40 anos do 25 de Abril o Instituto de História Contemporânea  da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, está a assinalar a data com a realização de um Congresso dedicado ao tema "A revolução de Abril - Portugal 1974-75"no Teatro Nacional D. Maria II - a decorrer entre 21 e 24 de Abril - de parceria com o Teatro Nacional, Fundação Mário Soares, Câmara Municipal de Lisboa e a Associação 25 de Abril.

No discurso proferido no dia 21 de Abril, sobre "O sistema político e os partidos"  Freitas do Amaral, de cravo vermelho ao peito - para onde é que foi a vergonha? - zurziu forte e feio no Governo, apelidando-o de  ser o mais à direita dos últimos 40 anos, esquecido com anda do tempo em que foi Ministro dos Negócios Estrangeiros do pior Governo da Democracia - o de José Sócrates - em que, este foi - sim, senhor! - um Governo da esquerda a governar à direita - mas dando de barato tudo isto - com esta e outras intervenções dá a entender que esqueceu, também, o tempo em que chefiava um Partido - o CDS - e que teve a coragem de votar contra a Constituição da República Portuguesa, porque esta era socialista.

Para onde foi a memória deste homem, que agora vem chamar o povo para a rua para "exprimir reprovação" acenando com a criação de um novo Partido:  "o povo português vai ter de ser capaz de criar um novo partido que ajude a refazer o sistema político português",  tendo em mira as legislativas de 2015, tecendo críticas, como esta:  "O PS está satisfeito com a atual direção? O PSD vai continuar a aplaudir este Júlio César ou encontra um Brutus capaz de o substituir?".

Que estranho é o percurso deste homem!
Que voltas dá o "vira" político!
Anda a pensar em quê?

Penso que a hipótese aventada por ele da criação de um novo partido político que vá buscar dirigentes e eleitores entre o PS e o PSD, é um modo falaccioso de quem quer atingir para mais longe o seu pensamento, porque, me parece, que Freitas do Amaral está a pensar em 2016 e na disputa de uma segunda hipótese para as eleições presidenciais, perdidas em 1986 para Mário Soares.

Será para isso que ostentou o cravo vermelho?

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