antigos calceteiros numa rua de Lisboa
(in, Arquivo da CML)
(...) Mas não podemos concluir a nossa encíclica sem recordar outra verdade, que é, ao mesmo tempo, uma realidade sublime: somos membros vivos do corpo místico de Cristo, que é a sua Igreja: "Com efeito, o corpo é um e, não obstante tem muitos membros, mas todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, formam um só corpo: assim também acontece com Cristo" (l Cor 12,12). Convidamos, com paternal insistência, todos os nossos filhos, do clero e do laicato, a que tomem profunda consciência de tão grande dignidade e grandeza, pois estão enxertados em Cristo, como os sarmentos na videira: "Eu sou a videira e vós os ramos" (Jo 15,5) e, por esse motivo, são chamados a viver a sua mesma vida. Todo o trabalho e todas as actividades, mesmo as de carácter temporal, que se exercem em união com Jesus, divino Redentor, se tornam um prolongamento do trabalho de Jesus e dele recebem virtude redentora: "Aquele que permanece em mim e eu nele, produz muito fruto" (Jo 15,5). É um trabalho, através do qual não só realizamos a nossa própria perfeição sobrenatural, mas contribuímos também para estender e difundir aos outros os frutos da Redenção, levedando assim, com o fermento evangélico, a civilização em que vivemos e trabalhamos. (Encíclica “Mater et Magistra”, nºs 256 e 257)
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Será oportuno lembrar como é difícil captar com suficiente objectividade
a correspondência entre as situações concretas e as exigências da justiça,
indicando claramente os graus e formas segundo os quais os princípios e as directrizes
doutrinais devem traduzir-se na presente realidade social. (…) Para todos os
seres humanos constitui quase um dever pensar que o que já se tiver realizado é
sempre pouco, em comparação do que resta por fazer, a fim de reajustar os
organismos produtivos, as associações sindicais, as organizações profissionais,
os sistemas previdenciais, as instituições jurídicas, os regimes políticos, as
organizações culturais, sanitárias, desportivas etc., às dimensões próprias da
era do átomo e das conquistas espaciais: era, na qual já entrou a humanidade,
encetando esta sua nova jornada com perspectivas de infinda amplidão. (Encíclica
“Pacem in Terris”, nºs 153 e 155)
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Comentário: O
trabalho dentro da acção temporal que nos cabe, ao continuar a de Jesus Cristo,
exige um constante empenho que não pode ser
descurado e, muto menos, consente
hesitações, porque “quem , depois de deitar mão ao arado, olha para
trás, não é apto para o Reino de Deus” (Lc 9, 62) o que, constituindo o sentido
literal da eterna Palavra, sentimo-lo expresso no Papa João XXIII, que do alto do magistério que exerceu nos
disse quanto ao trabalho que urge fazer: não
só realizamos a nossa própria perfeição sobrenatural, mas contribuímos também
para estender e difundir aos outros os frutos da Redenção, levedando assim, com
o fermento evangélico, a civilização em que vivemos e trabalhamos, razão
suficiente para colocar o homem, embora finito no tempo que lhe é dado viver, a
deixar com a sua acção frutos sobrenaturais, ainda que pesem as dificuldades do
momento, como as sentiu o mesmo Papa, chamando-nos a atenção quanto à obra
realizada poder ser pouca em comparação
do que resta por fazer, a fim de reajustar os organismos produtivos, as
associações sindicais, as organizações profissionais, os sistemas
previdenciais, as instituições jurídicas, os regimes políticos, as organizações
culturais, sanitárias, desportivas, etc.
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