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sábado, 26 de abril de 2014

Fé e razão de mãos dadas


                                             A verdade existe. Apenas se inventa a mentira
                                         Georges Braque



Aderir ao cristianismo não pressupõe, apenas, abrir a mente à aceitação da fé e ninguém deve nem pode verdadeiramente assumir-se cristão sem ter da fé uma ideia firmada pelo poder da razão.

Esta não deve ser um sentimento cego, devendo fundar-se em razões esclarecidas, o que exige um exercício contemplativo sobre a ordem das coisas e a sua disposição no Universo, desde que o façamos sem preconceitos pré-concebidos, o que nos ajuda a entender melhor a verdade de nenhum dos seres que nos maravilham terem capacidades por si mesmos de se auto-criarem, mas serem todos dependentes de um acto criador original.
Se a nossa razão entender isto como um atributo que escapa à finitude e incapacidade do homem,  logo, toma corpo a existência de um Ser que sendo origem e fundamento de tudo quanto existe, é pela sua natureza especial um sujeito Único na filosofia dos acontecimentos e é no homem, na ordem do raciocínio das suas ideias, um motivo suficiente para que este entenda na contemplação do Universo, o mundo fabuloso em que vive.

Eis porque a nossa fé, é, para além de  uma crença sem ver, é uma crença racional que vai ao encontro do mistério do ser que somos.
Deus, por este motivo, não se afastou do mundo.
É um companheiro de jornada.

Vive connosco em cada dia que passa e de tal forma o faz, que num dado momento da História viveu mergulhado nos problemas sociais e políticos que então enxameavam o local onde um Deus feito homem viveu e morreu, acompanhando os homens do seu tempo na aventura de estar presente, como um Deus pessoal e interessado na sorte dos homens a quem deixou a sua Verdade, para que estes a seguissem.
Jesus foi este Deus feito homem.

Verdade das Verdades, deixou-nos caminhos para serem seguidos.
É por isso – e por causa d’Ele – que a verdade existe e só a mentira é que é inventada pela acção deletéria do homem que a usa para seu proveito e para todas as suas cabriolices.
Para não ser assim o homem  tem de ter fé para fazer singrar no mundo a Palavra de Jesus que não engana ninguém.

Não faltam ao homem razões para aceitar isto, sobretudo, a todo aquele que faz da sua fé o contributo que lhe dá a razão, porque é esta que o esclarece, sendo, pois, a fé um acto de inteligência e de assunção plena de uma liberdade autêntica, que não precisa de ser publicada em livros de leis, mas é, antes, no próprio homem uma lei própria e imutável fundada no cadinho da sua experiência pessoal de confiança no acto criador de Deus e na crença que é a partir d’Ele que tudo existe

  

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