Martin Luther King Jr. nasceu em Atlanta (EUA) em 14 de Janeiro de 1929 e veio a falecer, assassinado, em 4 de Abril de 1968, em Memphis (EUA).
Era filho do Rev. Martin Luther King
e de Alberta Williams King.
Tendo
como mestre espiritual Mahatma Gandhi, como ele, baseado em princípios da não
violência para atingir os fins a que se propunha, conseguiu obter em 1960 a liberdade para os
negros.
Martin Luther King Jr., desde muito
cedo se passou a interessar pela constante violação dos direitos humanos nos
EUA, tendo iniciado a sua luta pacífica em 1955 com o fim de obter justiça para
todo o povo negro norte-americano, tendo como exemplo a abolição da escravatura
conseguida por Abraham Lincoln, com o decreto presidencial de 1 de Janeiro de
1863, que ficou conhecido como a Proclamação da Emancipação, seguida por
uma Emenda Constitucional, a 13.ª que proibiu a escravatura nos Estados Unidos
da América.
Foi este facto histórico, tendo
originado que 200.000 escravos nos territórios do Sul sob domínio confederado
tivessem sido eram libertos até ao fim da guerra, que lhe serviu de bandeira
para levar a cabo os seus intentos, tendo presente que a lei de 1863, apesar da
sua benignidade, não havia acabado com a discriminação, especialmente nos
estados do Sul, onde na época, nenhum negro podia frequentar um restaurante que
estivesse reservado a brancos ou
sentar-se em lugares reservados a eles e, muito embora, o que havia sido
proclamado por Abraham Lincoln, em favor dos negros, todas as terras eram,
exclusivamente, propriedade dos brancos, donde resultava que embora liberto da
escravidão o povo negro manteve-se pobre e perseguido.
Martin
Luther King Jr. nasceu sessenta anos depois destes factos.
Desde jovem lia e memorizava a
Bíblia Sagrada, ajudando o pai na Igreja Baptista Ebenezer e como
aconteceu com todas os seus companheiros de infância, cresceu profundamente
marcado pelos preconceitos raciais.
Na faculdade, a Morehouse College,
sabendo que ali eram incentivados os assuntos que envolviam os problemas
sociais, e que esta acreditava através do empenho do seu Director, que a Igreja
tinha um papel decisivo na luta que era preciso travar, deixou de lado a ideia
de ser médico ou advogado, tendo encaminhado os estudos noutra via e que o
viria a ordenar pastor aos 17 anos, tendo iniciado o seu múnus pastoral na
Igreja de seu pai, tendo, dois anos depois ingressado no Seminário de Crozer,
na Pensilvânia, um passo que viria a ser decisivo na sua vida, pois foi a partir
daqui, tendo tomado conhecimento e lido teólogos famosos e filósofos da estirpe
de Henry Thoreau, um declarado abolicionista, que ele, após a sua formatura em
Teologia e doutoramento em 1955, na Universidade de Boston, deu início à
sua saga com cariz público a favor doa homens negros.
É, então que conhece, Coretta Scott,
uma estudante de Música com quem se casou em 18 de Junho de 1953, tendo no ano
seguinte aceitado o convite para pastorear a Igreja Baptista situada na Avenida
Dexter, em Montgomery, Alabama, um dos estados do Sul que era um dos focos
maiores conflitos dos raciais que existiam dispersos pelo País.
O Reverendo King, como passou a ser
conhecido, insurgia-se vendo a comunidade negra submissa e sem força para lutar
contra as injustiças de uma sociedade aburguesada e impiedosa, que entre as
mais descaradas discriminações, só dava o lugar de motoristas dos transportes
públicos a homens brancos, um facto que por ser tão evidente, chocava a sua
sensibilidade, com a agravante de em qualquer meio de transporte, apenas os últimos bancos eram destinados aos
negros.
Aconteceu que em 1 de Dezembro de
1955, Rosa Parks, uma rapariga negra embarcada num dos autocarros públicos,
em Montgomery, instada por um branco
para que ela lhe desse o lugar se recusou terminantemente a fazê-lo, um facto
que implicou a sua prisão o que levou o
Reverendo King e outros seus seguidores a iniciar a 5 do mesmo mês um
boicote contra os serviços rodoviários que durou cerca de uma ano, sublevação
que haveria de levar as autoridades a prender 89 pessoas negras, incluindo o
próprio Martin Luther King.
Mas esta luta em Montgomery haveria
de dar os seus frutos.
Outros movimentos começaram e
espalhar-se protestando vivamente contra a discriminação racial no Sul,
tornando-se como um importante e decisivo ponto de partida da cruzada de Luther
King, que sem uma vez sequer, ter usado ou instigado a assunção de meios
violentos, em seu lugar deu que surgissem acções de amor e oração, tendo os
seus discursos um cariz civilista e sempre contra qualquer violência física.
Fez publicar, de sua autoria, um
livro importante: A Caminho da Liberdade, que terá tido uma importância
decisiva no fim da segregação racial em escolas, restaurantes, bares e outros
locais, tendo, por fim a sua acção sido fundamental na decisão do governo dos
EUA de tornar prioritária a questão dos direitos civis.
Em 28 de agosto de 1963 este homem
de eleição – um autêntico profeta da paz – conseguiu que se reunissem 250 mil
pessoas numa marcha sobre Washington.
Nas escadarias do Lincoln
Memorial, precisamente no local onde se encontra a estátua do Presidente
americano que acabou com a escravatura dos negros, preferiu aquele que foi tido
como o maior discurso do movimento pelos direitos civis: I had a dream - Eu tive um sonho – um acontecimento
que o faria capa da revista Time de 3 de janeiro de 1964.
Apesar de continuarem as execuções
de negros e outros actos de violência contra eles, o que é verdade é que a
história tomou um rumo diferente, conjugando-se a pouco e pouco a favor da
causa de Luther King.
Aconteceu,
isto no dia 2 de Julho de 1964.
O Presidente Lyndon Johnson assinou
o Acto dos Direitos Civis e discursando perante as câmaras da televisão,
afirmou: Aqueles que antes eram iguais perante Deus serão agora iguais nas secções
eleitorais, nas salas de aula, nas fábricas e nos hotéis, nos restaurantes,
cinemas e outros lugares que prestem serviços ao público.
Tendo
em conta as palavras presidenciais, em outubro de 1964, Luther King após ter
recebido o Prémio Nobel da Paz e cujo prémio, no valor de 54.123 dólares
destinou em favor da campanha dos direitos cívicos dos negros, iniciou, de
imediato uma nova luta a favor de uma campanha de registo nas juntas
eleitorais.
A luta deste herói do século XX,
conduziu a que o governo federal tenha intervindo, tendo em consequência e presidente Lyndon Johnson assinado, em 1965 a Carta dos Direitos
do Voto.
As convulsões sociais de algum cunho
radical, apareceram, entretanto.
Em abril de 1968, no meio de algumas
manifestações violentas do movimento Black Power - Poder Negro -
em cidades como Chicago, Boston, Los Angeles e Filadélfia, Martin Luther King
foi a Memphis para dar apoio a trabalhadores negros que lutavam pela igualdade
salarial.
No dia 3 de abril, na véspera do
protesto, ele proferiu seu último discurso, que como todos teve algo de
profético - I see the promise land - Eu vejo a terra prometida .
Fê-lo na sede da Igreja de Deus em Cristo, a maior denominação
pentecostal americana africana dos EUA.
No dia 4, à noite, Luther King
estava no terraço do hotel no momento em que foi atingido no pescoço por um
tiro disparado por James Earl Ray, a partir de um telhado de um prédio vizinho.
Gravemente ferido, embora levado
urgentemente para o hospital, morreu uma hora depois.
Tina 39 anos.
O seu funeral realizado no dia 8 de
Abril, acompanhado por sua mulher e seus quatro filhos, foi transmitido pela TV para 120 milhões de
americanos.
Sobre a sepultura e gravadas sobra a
pedra mármore encontram-se as palavras de uma velha canção de escravos: Free
at last, free at last/Thank God Almighty/I´m free at last - Finalmente livre, finalmente livre/Obrigado
Deus Todo-Poderoso/Finalmente sou livre.
O Presidente Jimmy Carter, a título
póstumo, atribuiu-lhe a Medalha da Liberdade.
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