Os
totalitários disfarçados de democratas, são, como sempre foram os
livre-pensadores, comportando-se no nosso tempo como órfãos de Marx ou de Lenine
de quem beberam a pretensa filosofia das ideias mas sem terem a coerência deles,
porque adoram a conta choruda no Banco e todas as mordomias burguesas.
Combatem a
Igreja cristã e os seus erros, mas sem uma só vez se debruçam sobre os erros
laicos dos seus paganismos acirrados, movidos pelo desejo de a qualquer preço
se erradicar dos povos ocidentais a tradição judaico-cristã fundada sobre o
valor do monoteísmo.
A todo o custo
querem implantar a adoração de novos “bezerros de ouro”, apregoando a fé em
Deus como um absurdo intelectual, pois para eles o intelecto do homem só vale
quando o outro se alinha pelo deles, onde o paganismo adora o Partido – e muito
mais quando ele conquista a maioria pelo voto democrático de que se servem para
se guindarem ao poder – ou, em alternativa, elegem como fé, o neo-Liberalismo
ou fazem renascer um Romantismo qualquer, que colocam no pedestal mais alto do
Modernismo das leis vazias de humanidade plena, pois esta – a existir - nunca
esquece o homem como um conjunto harmónico de corpo e alma.
Os
totalitários disfarçados de democratas são os fariseus dos tempos modernos que
vertem lágrimas fingidas sobre os mártires dos ditadores da direita e se
esquecem de as chorar sobre os que tombaram aos fuzilamentos dos ditadores da
esquerda, como se estes mártires não tivessem o mesmo valor humano dos que têm
morrido nas prisões dos outros regimes.
Queira-se ou
não, a actual Igreja cristã reprova todos os totalitarismos políticos. Defende
a vida.
Impressiona,
por isso, a desfaçatez com que alguns espíritos não admitem que a Igreja aponte
o que é Bem para todos os homens e tenha um dedo apontado para o Mal, não lhe
admitindo o facto dela ser a fiel depositária de milénios de uma crença que dá
os rumos do Bem à vida do homem, desejando, os novos totalitários chamar para
si mesmos a virtude de nos dizer onde
está o Bem e o Mal, como se fossem donos de uma igreja laica, desmiolada e longe dos propósitos que animam a
verdadeira Igreja cristã fundada sobre a fé de uma dúzia de homens valentes.
Paulatinamente
o Ocidente está a adormecer ao som dos cantos
de sereia dos novos totalitários arregimentados em partidos, ditos democráticos,
na esperança de alcançarem o poder, e, se possível, maioritariamente.
Desse modo, usando
o disfarce de poder fazer valer os seus projectos, tendem a dominar os
Parlamentos nacionais onde a facção unida ao partido que governa deixa de
cumprir a acção fiscalizadora dos actos do Governo temendo afrontar os
detentores do poder, pelo que as maiorias democráticas em países – sem essa
tradição – mais não são que ditaduras disfarçadas, onde se fundam as “igrejas”
laicas, cujas ideias são largamente apregoadas contra as ideias da Igreja
cristã, que apenas é tolerada e falsamente respeitada.
Não é preciso
ir longe para darmos conta disto. Basta olhar o nosso País, alinhado com uma
Europa romba, onde a Economia de mercado tem vindo a matar todos os velhos
valores.
Duma Europa que
enche a boca de fraternidade, mas da linha fraterna o que salta aos olhos é uma
imensidão de desempregados e, até, o facto do Estado Social estar a deixar cair
o seu papel protector em cada dia que passa, como se os necessitados da má
sorte ou da fortuna, não fossem, em parte, causa das corrupções dos homens
poderosos.
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