Publicação do Jornal extinto "O Thalassa"
de 15 de Agosto de 1913
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Exceptuando os nomes das personagens "Bernardino"; "António José" e "Largo da Calhariz", tudo o resto, de certo modo, se enquadra no tempo actual.
- Preços de ocasião, filhos do credo novo.
- Político bazar feito só para o povo.
- Não se engana ninguém...
- Garante-se a fazenda...
- Acreditem que é boa gente.
- Crenças revolucionárias por nossa intervenção tornam-se partidárias do governo actual.
- É bom que o povo entenda que se trabalha aqui também por encomenda:
- A ciência para nós não guarda felizmente, um segredo sequer, inda o mais transcendente.
- Vendemos muito em conta heróis de papelão...
- É bom que o povo entenda: a casa faz leilão não é por precisar mas por fim de estação.
- Milagre radical devido à evolução que lavra, felizmente agora na nação.
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Caiu-me este texto bem humorado intitulado "CIRCULAR", publicado pelo velho jornal "Thalassa" de humor e caricatura que viu a luz entre 1913 a 1915, e em cuja linha editorial foi dito que: arredamos por completo das nossas páginas toda a crítica que possa ferir a vida particular seja de quem
for, limitar-nos-emos a fixar os aspectos públicos dos personagens, algo que deve continuar a ser respeitado, no uso do sábio conceito de Santo Agostinho: ama o homem mas combate o seu erro.
Um século e picos depois, que ninguém me leve a mal de fazer lembrar esta velha CIRCULAR, porquanto o que nos resta, enquanto povo que somos e pelo modo como sabiamente temos suportado os tempos que nunca nos foram fáceis - e só para lembrar os da implantação da República até hoje - o que nos resta é mantermos viva a chama heróica que fez de Portugal pequenino uma Pátria que foi grande pelo tamanho - e continua grande - porque o povo continua a brincar com as marés que tem tido e com os "Vascos da Gama" que tem posto a comandar a nau das suas tormentas, sempre dispostos a passar e vencer os novos "Adamastores".
Não deixo de os admirar, ainda que não me mereçam simpatia política, mas só nisto, que em tudo o mais, todo o homem é meu irmão no bom estilo bíblico, que penso, devia ser a bússola de um "norte" que anda algo perdido, por aí.
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