Estreita é a casa
de minha alma para que venhas até ela: que seja por ti dilatada. Está em
ruínas; restaura-a. Há nela nódoas que ofendem o teu olhar: confesso-o, pois eu
o sei; porém, quem haverá de purificá-la? A quem clamarei senão a ti? Livra-me,
Senhor, dos pecados ocultos, e perdoa a teu servo os alheios! Creio, e por isso
falo. Tu o sabes, Senhor. Acaso não confessei diante de ti meus delitos contra
mim, ó meu Deus? E não me perdoaste a impiedade de meu coração? Não quero
contender em juízos contigo, que és a verdade, e não quero enganar-me a mim
mesmo, para que não se engane a si mesma minha iniquidade. Não quero contender
em juízos contigo, porque, se dás atenção às iniquidades, Senhor, quem, Senhor,
subsistirá?
(Confissões,
Agostinho de Hipona, capítulo V)
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