in, um diaporama recebido, de mão amiga.
Ao contrário do
que se possa pensar, olhando a imagem, este jovem casal não virou as costas ao
Mundo, porque, às vezes para o entender em toda a sua complexidade é preciso
olhar o Céu na busca das mensagens que ele nos dá.
O Poeta, sensível a isto, ainda que algo descrente dele existir, escreveu assim:
No céu, se existe um céu para
quem chora.
Céu, para as mágoas de quem sofre
tanto...
Se é lá do amor o foco, puro e
santo,
Chama que brilha, mas que não
devora...
No céu, se uma alma nesse
espaço mora.
Que a prece escuta e encharga o
nosso pranto...
Se há Pai, que estenda sobre nós
o manto
Do amor piedoso... que eu não
sinto agora...
No céu, ó virgem! findarão meus
males:
Hei-de lá renascer, eu que
pareço
Aqui ter só nascido para dores.
Ali, ó lírio dos celestes vales!
Tendo seu fim, terão o seu
começo.
Para não mais findar, nossos
amores.
Antero de Quental, in 'Sonetos'
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No céu, se existe
um céu... é assim que começa o soneto, Antero de Quental e, porque a sua dúvida
continuou, disse: Se há Pai - ou seja se existe Deus - que Ele estenda sobre
nós o manto, como a desafiar o Céu e Deus... mas para, no fim, prometer que há-de
ser ali - no Céu - que hei-de lá renascer, ou seja, tendo a certeza no meio da
sua duvida, que a vida tem no Céu a sua continuidade, para, no fim das dores
que o Mundo tem para todos as criaturas, declarar que não mais findarão nossos
amores...
É por isso, que
aquele par de jovens da foto que ilustra este apontamento não estão a olhar o
Céu, apenas por simplesmente o olhar e só aparentemente é que voltam as costas
ao Mundo, pois, na interrogação que fazem - sem se saber ao certo qual é o mais
duvidoso do Céu existir - o que os dois sabem é que o Mundo os espera e o Céu
também...
Para não mais
findar, nossos amores.
Tudo o mais é
Mistério e o que há a fazer é olhar o Céu para entender o Mundo, pois é de lá,
do grande Mistério, e das nossas interrogações genuínas que é possível trazer
para a vida que passa a força necessária para a viver... vencer... e conquistar
o Céu!
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