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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Mãe do Céu - Um poema de João de Deus




Mãe do Céu
                                              Torre de David!
                                              Torre de marfim!

Virgem, Mãe do mesmo Deus!
Virgem, filha de teu Filho!
Não há estrela de mais brilho
Nesses céus!

D'olhar fito nesse olhar,
D'olhos fitos nesses olhos,
Não há baixos. não há escolhos
Nesse mar!

Vem a onda, sobrevem
Nova onda, e nada teme
Quem te vê guiando o leme,
Virgem Mãe!

Tu guardaste em gozo e dor
Sempre n'alma a paz dum templo:
Foste em vida o nosso exemplo.
Mãe d'amor!

Navegando, mas de pé,
Neste mar, cavado embora,
Vou na barca salvadora
Que é a Fé.

Não me assusta a multidão
De inimigos que me agride;
Contra a Torre de David
Tudo é vão!

Por feroz que esteja o mar,
Num momento forma um lago;
Basta um só reflexo vago
Desse olhar!

Esse olhar é que a mim
Me encaminha e me socorre!
O meu norte é só a Torre
De marfim!

Meu farol! refúgio meu!
Sol, que dia e noite brilha!
Mãe de Deus e de Deus filha!
Mãe do Céu!

João de Deus
in, "Folhas Soltas" 1876

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Na cadência lírica e cantante de João de Deus, encontra-se no Poeta de S. Bartolomeu de Messines, este profundo, místico e exaltante poema dedicado à Mãe de Deus - Virgem, Mãe do mesmo Deus! - ou - Virgem, filha de teu Filho! - todo o Mistério que envolve esta figura feminina e única, a Santa maior de todas as Santas, a quem, neste tempo algo descristianizado pela acção destemperada de uma sociedade espiritualmente doente, os "homens de boa vontade" devem pedir a sua ajuda para os "homens de má vontade", porquanto, uns e outros, se devem irmanar no desejo do Novo Ano de 2016, ser sobretudo, um tempo de paz para todos. 

Que a Senhora, Mãe espiritual da Humanidade, seja, como a chamou João de Deus:

Meu farol! refúgio meu!
Sol, que dia e noite brilha!
Mãe de Deus e de Deus filha!
Mãe do Céu!

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