http://www.publico.pt/ de 12 de Dezembro de 2015
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O Papa Francisco não esteve presente na Cimeira sobre o clima, recentemente realizada em Paris,entre 30 de Novembro e 12 de Dezembro de 2015 - nem lhe competia estar - mas terá pesado na resolução tomada, no sentido de fazer baixar a temperatura planetária, reduzindo as emissões de CO2.
Em 24 de Maio de 2015, publicou a Encíclica "Laudato Si" (Louvado sejas meu Senhor) - chamando para este título S. Francisco de Assis que assim cantava à Mãe Natureza - dando à Encíclica como subtítulo, o seguinte nome: "Sobre o cuidado da casa comum".
Respigando aqui e ali, podemos ler.
No nº 2: Esta irmã ( a casa comum) clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso
dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus
proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la.(...)
No nº 13; O urgente
desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a
família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois
sabemos que as coisas podem mudar. (...). A humanidade possui
ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum. Desejo
agradecer, encorajar e manifestar apreço a quantos, nos mais variados sectores
da actividade humana, estão a trabalhar para garantir a protecção da casa que
partilhamos.(...)
No nº 14: Lanço um
convite urgente a renovar o diálogo sobre a maneira como estamos a construir o
futuro do planeta. Precisamos de um debate que nos una a todos, porque o
desafio ambiental, que vivemos, e as suas raízes humanas dizem respeito e têm
impacto sobre todos nós. O movimento ecológico mundial já percorreu um longo e
rico caminho, tendo gerado numerosas agregações de cidadãos que ajudaram na
consciencialização. Infelizmente, muitos esforços na busca de soluções
concretas para a crise ambiental acabam, com frequência, frustrados não só pela
recusa dos poderosos, mas também pelo desinteresse dos outros. As atitudes que
dificultam os caminhos de solução, mesmo entre os crentes, vão da negação do
problema à indiferença, à resignação acomodada ou à confiança cega nas soluções
técnicas. Precisamos de nova solidariedade universal.(...)
No nº 20: Existem
formas de poluição que afectam diariamente as pessoas. A exposição aos
poluentes atmosféricos produz uma vasta gama de efeitos sobre a saúde,
particularmente dos mais pobres, e provocam milhões de mortes prematuras.
Adoecem, por exemplo, por causa da inalação de elevadas quantidades de fumo
produzido pelos combustíveis utilizados para cozinhar ou aquecer-se. A isto vem
juntar-se a poluição que afecta a todos, causada pelo transporte, pelos fumos
da indústria, pelas descargas de substâncias que contribuem para a acidificação
do solo e da água, pelos fertilizantes, insecticidas, fungicidas, pesticidas e
agro-tóxicos em geral. Na realidade a tecnologia, que, ligada à finança,
pretende ser a única solução dos problemas, é incapaz de ver o mistério das
múltiplas relações que existem entre as coisas e, por isso, às vezes resolve um
problema criando outros.
No nº 23: O clima é um
bem comum, um bem de todos e para todos. A nível global, é um sistema complexo,
que tem a ver com muitas condições essenciais para a vida humana. Há um
consenso científico muito consistente, indicando que estamos perante um
preocupante aquecimento do sistema climático. Nas últimas décadas, este
aquecimento foi acompanhado por uma elevação constante do nível do mar, sendo
difícil não o relacionar ainda com o aumento de acontecimentos meteorológicos
extremos, embora não se possa atribuir uma causa cientificamente determinada a
cada fenómeno particular.
Os sublinhados são nossos.
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É nesta cruzada de amor sobre a salvação da "casa comum" que o Papa Francisco usa nos 246 números da Encíclica "Laudato Si" para chamar a atenção dos mais poderosos para este problema ambiental, onde parece, que a não ser refreado o homem está a queimar o Planeta.
É crível, portanto, que esta Encíclica não tenha sido indiferente ao ambiente que reinou em Paris, em que os representantes de 195 Países concluíram pela necessidade de fazer marcha atrás em ordem à diminuição da poluição atmosférica e, portanto, sem que nada nos possa garantir, podemos concluir que o influxo amoroso do Papa Francisco pela salvação da "casa comum", andou por ali a pairar nas consciências, sobretudo nas dos Países mais poluidores.
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