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terça-feira, 12 de maio de 2015

Sim senhor... mas que belo "Acordo"!


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As novas regras do acordo ortográfico começam a ser obrigatórias a partir de amanhã.

Na quarta-feira (dia 13 de Maio de 2015, não esqueçamos esta data que representa um atropelo à Língua portuguesa falada na Pátria-mãe)  cumprem-se os seis anos do período de transição para a aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, tendo em conta a data de 13 de Maio de 2009, que marca a entrada em vigor em Portugal.
A nova grafia é usada desde 1 de Janeiro de 2012 nos documentos do Estado, em todos os serviços, organismos e entidades na tutela do Governo, bem como no Diário da República, embora ainda surjam, com alguma frequência, palavras escritas com a antiga ortografia.
http://economico.sapo.pt/


Eis o culminar de um "Acordo" imposto à força em tempo de Democracia...

O Governo de José Sócrates - deu seguimento a uma directiva aprovada em 1990 que não ouviu o povo - e aprovou o "Acordo" - mais uma vez sem ouvir ninguém -  tendo dito, recuperando uma notícia do "Diáriodigital" de 25 de Julho de 2008, numa conferência de imprensa no final da VII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),  que a Aplicação do Acordo Ortográfico é «urgente». O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que a aplicação do Acordo Ortográfico é uma «tarefa urgente», acrescentando que é preciso acertar um calendário entre os países que já o ratificaram.

O Governo de Passos Coelho - também sem ouvir o povo -  deu-lhe seguimento em 2011, obrigando o Estado a cumprir a nova ortografia.
E eu pergunto: - Onde é que estes governantes meteram o povo?
Por isso apetece perguntar, agora que está a expirar o prazo de transição.

  • Com quem é que o Governo de Portugal de 2008 fez o "Acordo"?
  • Foi com o povo?!!!!
  • Com quem é que estabeleceu um período de transição?
  • Foi com o povo?!!!
  • Sendo Portugal a "Pátria-Mãe" da CPLP, por que motivo se deixou vergar a ditames impostos, por quem e porquê?
  • Mas, então, para este Governo, pelos vistos, de nada valeram os autores portugueses que se manifestaram contra o "Acordo"?
  • Porque razão se obrigou a nova grafia a chegar à Administração Pública e às escolas portuguesas com começo no ano lectivo de 2011-2012, comportando-se o actual Governo, como o anterior?

Eu bem sei que tudo isto resulta do povo português ter sido obliterado paulatinamente - como é uso fazer-se em Portugal por aqueles que elegemos, tendo tudo começado - imagine-se, em, Lisboa em 1990, após a discussão com países, para além de Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe... e que a Assembleia da República por resolução nº 35/2008 aprovou o "Acordo".

Ao que se sabe, Angola e Moçambique ainda não o aprovaram e o Brasil espera por Janeiro de 2016.
Nós - que devíamos ter mais cuidado - somos expeditos... que se "lixe" a Língua Portuguesa!

A partir de amanhã - dia 13 de Maio de 2015 - temos o "Acordo" obrigatório na ortografia., mas como fora da esfera oficial não vai haver sanções para o seu não cumprimento - era só o que faltava! - eu e outras pessoas que conheço, vão continuar a escrever bem o português, salvos os erros que a distracção provoca.

Mas este facto - que me liberta de seguir à risca o "Acordo" - não me alegra, porque vi a língua de Camões e do Padre António Vieira posta de joelhos, ou seja, com o Governo de José Sócrates e o de Passos Coelho a engolirem "sapos"... 
Não os esquecerei.
Neste campo, um e outro - na minha opinião, portaram-se mal - mandando para a sombra o velho Portugal que ensinou a língua portuguesa a tantos milhões de pessoas.

Portugal a Pátria-mãe a partir deste dia morreu mais um pouco 
E morreu porque faltou cultura ao Governo anterior e ao actual ao terem feito "gato-sapato" dos portugueses no seu todo e especialmente dos homens cultos que se rebelaram contra este aborto a que ditatorialmente chamam "Acordo", ou seja agiram em tempos democráticos usando a ditadura de alguns contra a maioria do povo, que devia ter sido ouvido.
Já disse e repito que não os esquecerei.

A CPLP é uma comunidade da Língua Portuguesa e, como tal, cada um dos seus membros devia ser respeitado com as suas diferenças ortográficas, como acontece com o Inglês e o Espanhol - para citar dois exemplos - e não por decreto impor, como se vivêssemos em Ditadura, a lei de meia dúzia de portugueses.

Na Constituição, afinal para que serve o artigo 115º da Lei do Referendo?
Como diz o povo é só para inglês ver... é, não é? - Pois é. 

Vale pois, perguntar: que democracia é a nossa que permitiu uma tal ditadura àqueles que se arvoraram em donos da Língua Portugueses, tornando-se donos de uma coisa que não tem dono, regrando regras a esmo e cometendo o "crime" de terem esquecido o povo do qual se servem, apenas, para lhes pedir o voto.

 Porque se esqueceram de mim que sou alguém desse povo anónimo - lembro aos senhores "iluminados", especialmente aos que em 2009 determinaram um tempo de transição, agora expirado, e aos que tendo sucedido na governação não impediram a concretização do aborto - e porque me sinto ofendido, tenho o dever patriótico de lhes lembrar  um pequeno trecho de Eça de Queirós, de "A Correspondência de Fradique Mendes" (Livros do Brasil, p. 130), onde Fradique, cheio do seu nacionalismo linguístico, dirigindo-se a Madame S., lhe diz o seguinte: 

Um homem só deve falar, com impecável segurança e pureza, a língua da sua terra: — todas as outras as deve falar mal, orgulhosamente mal, com aquele acento chato e falso que denuncia logo o estrangeiro. Na língua verdadeiramente reside a nacionalidade; — e quem for possuindo com crescente perfeição os idiomas da Europa vai gradualmente sofrendo uma desnacionalização.

E, agora, citando o povo, limpem-se a esse guardanapo que lhes é servido por aquele homem da cultura que foi Eça de Queirós.

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