O Pai-Nosso é a oração mais
conhecida do Cristianismo, advindo a sua força espiritual por ter sido ensinada
por Jesus aos seus apóstolos, o que motivou que dois deles, S. Lucas e S.
Mateus tenham dado conta desse momento fundamental que levou Jesus, embora vivendo num contexto de espiritualidade judaica estando como judeu sujeito à Torá - ou à lei de Moisés - ter, pela primeira, vez invocado Deus como Pai, porque Ele tinha vindo para inaugurar um Tempo Novo.
Conta S. Lucas que Jesus estava
algures a orar, e quando
acabou um dos doze sem indicar o seu nome se abeirou d'Ele e pediu-lhe:
Senhor, ensina-nos a orar, como João também ensinou os seus discípulos.
Disse-lhes Ele: Quando orardes, dizei:
Disse-lhes Ele: Quando orardes, dizei:
Pai,
santificado seja o teu nome;
venha o teu Reino;
dá-nos o nosso pão de cada dia;
perdoa os nossos pecados,
pois também nós perdoamos
a todo aquele que nos ofende;
e não nos deixes cair em
tentação.
(Lc 11, 1-4)
Quanto a S. Mateus, a cena do pedido
a Jesus feita por um dos doze discípulos não é referida, dando-nos este
apóstolo uma descrição detalhada de uma catequese educacional quanto ao modo
como Ele queria que aqueles que O seguiam se diferenciassem dos judeus
tradicionais, recomendando-lhes: Nas vossas orações, não sejais como os
gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem,
serão atendidos. Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que
necessitais antes de vós lho pedirdes.
Rezai, pois, assim:
Pai nosso, que estás no Céu,
santificado seja o teu nome,
venha o teu Reino;
faça-se a tua vontade,
como no Céu, assim também na
terra.
Dá-nos hoje o nosso pão de cada
dia;
perdoa as nossas ofensas,
como nós perdoámos a quem nos
tem ofendido;
e não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do mal.
(Mt, 6, 9-13)
É esta a bela Oração mundialmente
conhecida em todo o devir do tempo e que Andrea Bocelli interpreta, emprestando-lhe com a sua melodia da sua voz toda a força espiritual que tendo começado em Jesus, passou para todas as gerações que através dela têm tido como intermediário Aquele que a ensinou, e através d'Ele têm erguido para Deus-Pai, ao longo dos séculos, os seus corações.
Ouçamos Andrea Bocelli:
Ouçamos Andrea Bocelli:
- Retenhamos, que no tempo, pela primeira vez Deus é chamado de Pai pela boca de Jesus, algo incompreensível pelo farasaísmo militante da Escola de Gamaliel.
- Que ao dizer a oração santificado seja o teu nome ficou desde então distinta a diferença entre o santo e o profano, mantendo-se o poder da fé por cima de todos os que negavam Deus, não deixando de O honrar por cima de todas as coisas.
- Que o faça-se a tua vontade e não a minha, era o abandono do homem à vontade de Deus, na certeza que Ele é o guardião da vida.
- Que o pão nosso e cada dia, não se referia, apenas ao sustento do corpo, mas à obtenção do pão da alma, que passou a ser um alimento espiritual para sustento da vida.
- Que o perdão as nossas ofensas obrigava a que as dos outros deviam ser perdoadas.
- Que o não cair em tentação era o reconhecimento da nossa fraqueza humana e, por isso o pedido da ajuda divina.
- Daí, o pedido de sermos livrados do mal e, com isso, uma vez mais, a exposição das nossa imperfeições humanas de que só o amparo de Deus nos pode livrar.
Concluindo, diremos que a Oração do Pai-Nosso não pode ser rezada como um "amuleto", mas sim - e sempre - com o sentido em Jesus, que no-la deixou como garantia de sermos ouvidos, como Ele foi.
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