Sobre a recusa de
Israel
em receber Jesus como Messias
em receber Jesus como Messias
Texto do
Evangelho de S. Mateus 12, 38-45 (O sinal de Jonas)
Intervieram,
então, alguns doutores da Lei e fariseus, que lhe disseram: «Mestre, queremos
ver um sinal feito por ti.» Ele respondeu-lhes: «Geração má e adúltera! Reclama
um sinal, mas não lhe será dado outro sinal, a não ser o do profeta Jonas. Assim
como Jonas esteve no ventre do monstro marinho, três dias e três noites, assim
o Filho do Homem estará no seio da terra, três dias e três noites. No dia do
juízo, os habitantes de Nínive hão-de levantar-se contra esta geração para a
condenar, porque fizeram penitência quando ouviram a pregação de Jonas. Ora,
aqui está quem é maior do que Jonas! No dia do juízo, a rainha do Sul há-de
levantar-se contra esta geração para a condenar, porque veio dos confins da
terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Ora, aqui está alguém que é maior do
que Salomão!» «Quando o espírito maligno sai de um homem, vagueia por sítios
áridos, em busca de repouso, e não o encontra. Diz então: ‘Voltarei para a
minha casa, donde saí.’ E, ao chegar, encontra-a livre, varrida e arrumada. Vai,
toma outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, instalam-se nela. E o
estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Assim acontecerá
também a esta geração má.»
Esta parábola tem
como tema principal o anúncio do messianismo de Jesus que haveria de ser
glorificado na sua Paixão, Morte e Ressurreição - culminando os últimos três
dias e noites da sua vida terrena, tantos como os dias e noites que o profeta
Jonas esteve engolido pelo peixe - e começa com uma invectiva de Jesus contra
os fariseus a propósito dum pedido destes que queriam, para O crer, um sinal da
Sua divindade.
Conhecendo-lhe os
propósitos, sem se intimidar e sem desejar dar-lhes um sinal na hora por eles
assente, respondeu-lhes com a bem conhecida pergunta cáustica: Raça de víboras,
como podeis dizer coisas boas, sendo maus? (Mt 12, 34)
Se à boca chega
tudo aquilo de que o coração está cheio, Jesus sabia que as palavras desta
seita judaica eram os frutos malsãos da malícia que empregavam em tudo quando
diziam e faziam em desfavor da Sua missão.
Foi deste modo,
que no momento em que estes conjuntamente com alguns escribas lhe pediram um
sinal prodigioso - usando neste pedido todo o embuste de que eram capazes -
Jesus, num assomo, lhes respondeu: Uma geração má e adúltera pede um prodígio;
nenhum prodígio, porém, lhes será dado ver, senão o do profeta Jonas. (Mt 12,
39)
Este profeta
natural da Galileia, oito séculos antes teve como missão o anúncio iminente da
destruição de Ninive, a grande e poderosa capital da Assíria, que vivia
dissolutamente, mas por ter duvidado e temendo o insucesso da profecia
subtraiu-se à ordem de Deus, fugindo para Jafa e dali para Társis, no limite
extremo da navegação do Mar Mediterrâneo.
Durante o
percurso sobreveio uma tremenda tempestade, de tal ímpeto que a marinhagem se
viu obrigada a alijar a carga. Tendo o chefe da equipagem dado com Jonas
escondido no fundo do navio, invectivou-o: Levanta-te, invoca o teu Deus!
Talvez esse Deus queira pensar em nós e não pereceremos. (cf. Jn 1, 6)
Por fim, julgado como o causador da tempestade, após se ter declarado como hebreu e amigo de Javé e depois de terem perguntado: que havemos de fazer de ti para que o mar se acalme? , Jonas ao ver que o mar recrudescia de furor e vendo nisso um sinal de Deus contra ele, cheio de remorsos, pediu aos marinheiros: Pegai-me e lançai-me ao mar, que ele se acalmará para vós. (Jn 1, 12).
Por fim, julgado como o causador da tempestade, após se ter declarado como hebreu e amigo de Javé e depois de terem perguntado: que havemos de fazer de ti para que o mar se acalme? , Jonas ao ver que o mar recrudescia de furor e vendo nisso um sinal de Deus contra ele, cheio de remorsos, pediu aos marinheiros: Pegai-me e lançai-me ao mar, que ele se acalmará para vós. (Jn 1, 12).
Jonas quis pagar
com a vida a salvação dos seus companheiros de viagem, mas Deus misericordioso
não aceitou o seu sacrifício voluntário. Usando da sua bondade fez que um peixe
enorme o engolisse, salvando-o de um afogamento certo, tendo o profeta nas suas
entranhas proferido palavras arrependidas e de amor a Deus, que por fim o
vomitou na areia seca de uma das praias.
Ao sinal que os
fariseus pediram e tendo Jesus respondido com esta passagem do Antigo
Testamento, testemunhou que nunca poderia submeter-se à sua vontade fazendo um
prodígio num momento por eles estabelecido, chamando de má aquela geração por
ter rompido o pacto com Deus, e ao fazer valer o facto de Jonas ter estado três
dias e três noites nas entranhas do peixe, tal acontecimento seria o sinal que
iriam receber - quando Deus o quisesse - relativamente à Sua Paixão, Morte e
Ressurreição, de duração igual ao do salvamento de Jonas.
Nesta parábola,
Jesus dá mais um passo no sentido de se apresentar aos homens como o Messias,
contra as condições impostas por Israel, que obstinadamente se recusa a
aceitá-l’O, sem cuidar que tudo ficaria bem pior, porque Satanás voltaria à
antiga morada que encontraria desocupada, varrida e adornada, e não satisfeito
de ter conseguido tal feito, chamaria para a habitar outros sete espíritos
piores do que ele, com o sentido de reforçar a posse da morada de onde havia
sido expulso.
Mestre que era e
conhecedor do mundo, Jesus não deixa sem reparo o facto comum do homem mau se
juntar a outros do mesmo jaez de que resulta, que em vez de reformar e emendar
o rumo da vida, faz que esta continue como estava ou se degrade muito mais.
Assim iria
acontecer com Israel, como Jesus predisse: Assim acontecerá também a esta
geração tão perversa, deixando ficar um recado eloquente a todos quantos se
esqueciam ou não queriam entender as Suas palavras.
Hoje, continua a
haver os que continuam a pedir a Jesus um feito espectacular para crerem n’Ele,
sem contudo meditarem que o sinal do profeta Jonas está dado e é preciso
meditar nele e naquilo que ele simboliza.
Começa todos os
anos na quinta-feira santa e finda com a Ressureição do Senhor.
Este é o grande
Sinal.
Velhinho, já passa de dois
milénios mas sempre actual e prodigioso.
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