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quarta-feira, 13 de maio de 2015

Um título estranho, mas honroso!





Quando o Sr. D. Manuel Clemente foi criado Cardeal no segundo Consistório do Papa Francisco em 14-15 de Fevereiro de 2015, um Ministro do Altar de Deus e distinto jornalista, na coluna do jornal onde deixa com regularidade pendular as suas crónicas, sobre tão magno acontecimento eclesial escreveu que D. Manuel Clemente estava preparado para a nobre missão de "senador" do Papa, desde que sucedeu a D. José Policarpo.

Era natural que assim tivesse acontecido, desde que foi conhecida a preferência pelo Papa Francisco de escolher para Cardeais os Bispos que presidiam às Igreja locais para serem os que de mais perto estão para assistirem o Papa actual e em conclave serem chamados a eleger o futuro Papa.

Voltando à escrita da coluna do ilustre sacerdote-jornalista, o termo "senador" aplicado ao Cardeal D. Manuel Clemente, pode parecer estranho ou desadequado, mas faz sentido, porque se ao Senado secular só chegam os homens probos, ao Colégio Cardinalício só chegam os que aliam a esta qualidade humana a elesial no seu mais alto grau, pelo que o termo "senador" foi um modo - possivelmente desusado - mas simpático como ele quis distinguir esta figura ímpar da Igreja portuguesa.

Se atentarmos no último parágrafo da homilia do Papa Francisco no decorrer da Missa com os novos Cardeais no dia 15 de Fevereiro, meditemos no papel que foi pedido a todos os "senadores" ali presentes:

Amados irmãos novos Cardeais, com os olhos fixos em Jesus e na nossa Mãe, exorto-vos a servir a Igreja de tal maneira que os cristãos – edificados pelo nosso testemunho – não se sintam tentados a estar com Jesus, sem quererem estar com os marginalizados, isolando-se numa casta que nada tem de autenticamente eclesial. Exorto-vos a servir Jesus crucificado em toda a pessoa marginalizada, seja pelo motivo que for; a ver o Senhor em cada pessoa excluída que tem fome, que tem sede, que não tem com que se cobrir; a ver o Senhor que está presente também naqueles que perderam a fé, que se afastaram da prática da sua fé ou que se declaram ateus; o Senhor, que está na cadeia, que está doente, que não tem trabalho, que é perseguido; o Senhor que está no leproso, no corpo ou na alma, que é discriminado. Não descobrimos o Senhor, se não acolhemos de maneira autêntica o marginalizado. Recordemos sempre a imagem de São Francisco, que não teve medo de abraçar o leproso e acolher aqueles que sofrem qualquer género de marginalização. Verdadeiramente, amados irmãos, é no evangelho dos marginalizados que se joga, descobre e revela a nossa credibilidade!

Eis os "senadores" do Papa!
Estes são os que no "Senado" da vida hão-de procurar, não aqueles que se julgam merecer a comenda de senadores e as honras de o serem para gáudio próprio e dos seus apaniguados, mas os que o são, estando no alto da pirâmide eclesial, mas com os olhos rasteiros a ver o mundo por onde passam os marginalizados.

Que Deus abençõe estes novos "senadores" do Papa Francisco, que os quer assim, nesta Igreja renovada que quer seguir as peugada de Jesus Cristo que veio ao Mundo para renovar todas as coisas.

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