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domingo, 31 de maio de 2015

Panis Angelicus (27)



Panis Angelicus (Pão dos anjos) é um hino antiquíssimo dedicado à Sagrada Eucaristia caracterizado pela sua doce melodia, lenta e tocante que tem merecido o desvelo dos maiores tenores da música clássica, desde os mais antigos aos do nosso tempo.

É a penúltima estrofe do hino "Sacris Solemmiis" que foi escrito pelo Doutor da Igreja S. Tomás de Aquino 1225-1274) destinado à Festa do Corpo de Cristo, que o compositor belga Cesar Frank (1822-1890) musicou em 1872, destinando-o à voz de tenores, acompanhada com hrapa, violoncelo e órgão.

Vittorio Grigolo, compositor e tenor italiano - um antigo membro do coro da Capela Sistina - empresta a sua voz a esta hino de grande sentido eucarístico, que ganha com ele toda a mística que lhe imprimiu o pai do tomismo, cuja influência no pensamento da filosofia ocidental bebidas no pensamento de Aristóteles, que ele denominava "o Filósofo",  e que ele sintetizou com os princípios do cristianismo, magistralmente exprimidos na "Suma Teológica", uma referência nuclear da sua obra.



O Pão dos Anjos

 O Pão dos Anjos
 Torna-se Pão dos Homens;  
 O Pão do céu
 Dá fim a todo símbolo antigo. 
 Oh, coisa admirável!
 Deus é o Alimento
   
 o pobre, pobre,
 e humilde servidor.
 do pobre, pobre,
 e humilde servidor.


Após a solenidade da Santíssima Trindade - hoje celebrada -  a solenidade imediatamente a seguir é dedicada pela Igreja à Festa do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo ou do Corpo de Cristo e cuja motivação litúrgica é o louvor à Eucaristia que representa a fonte da vida que brota do sinal sacramental instituído pelo próprio Jesus.

O hino "Panis Angelicus" não se reportou desde a origem à Quinta-Feira Santa porque o seu autor lhe quis dar um sinal festivo e alegre - descabido no tempo da Paixão - fazendo dele uma manifestação pública da fé na Eucaristia, pelo que o povo que nutre afecto por esta devoção encontra nesta data um motivo alegre de se manifestar perante o Corpo Ressuscitado de Jesus.

É, por isso, que o pão distribuído por Jesus pelos Apóstolos na Quinta-Feira Santa - isto é o meu Corpo - neste hino se tonou pão dos homens / O pão do céu - morada dos anjos - e nos seja dado na  maravilha eucarística que dá fim a todo o símbolo antigo e nos faz participantes do Sacramento fundamental da fé que lhe dedicamos.


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