Obrigado à vida!
É este o tema da bela canção que Joan Baez interpreta para nos dizer, cantando, o seu obrigado ao facto de existir, que nos leva a entender que em cada conceito que ela exprime é um hino ao Criador que nos devia interpelar naquele misto de alegria e dor em que se compõe a vida de qualquer ser.
Ouçamos Joan Baez e encantemo-nos com a sua alegria, que tem de ser a nossa!
... e retenhamos a beleza das afirmações em que ela ao exprimir-se e da forma como o faz nos dá motivos de agradecer a Deus a vida que temos, vendo em nós mesmos plantadas as raízes de coisas boas, que a nossa desatenção nem sempre deixa crescer para o sol da vida.
Vejamos alguns dos temas básicos deste belo hino à vida e como a cantora nos convida a fazer o mesmo,
- Com os seus olhos abertos para a luz do dia...
- Vendo no alto céu o fundo das estrelas...
- E no meio da multidão o seu amor...
- No barulho dos martelos e das turbinas sentir que é ali onde se gera o trabalho para alimento da vida...
- Olhar os seus pés cansados e continuar...
- Sentir e viver o som das palavras que se falam ou se cantam...
- Obrigado à mãe, ao amigo, ao irmão...
- Obrigado ao resplendor da luz...
- O caminho da alma que se está amando...
- Ver as praias e os desertos...
- As montanhas e as planícies...
- Sentir o seu coração que vibra ao olhar o fruto do cérebro humano...
- O poder ver por detrás dos olhos e sentir que por detrás há o Mistério da vida...
- O riso e as lágrimas...
- Saber distinguir entre a felicidade e a tristeza...
Tradução do poema.
Obrigado à vida
Obrigado à vida que me tem dado
tanto.
Ela deu-me dois olhos que,
quando os abro
Distingo perfeitamente o
preto do branco
E no alto céu seu fundo
estrelado
E nas multidões o homem
que eu amo.
Obrigado à vida que me tem dado
tanto.
Ela me deu parecer que em
toda a sua largura
Grave noite e dia, grilos
e canários,
Martelos e turbinas e
tijolos e tempestades,
E a voz macia de minha
amada.
Obrigado à vida que me tem dado
tanto.
Ela deu-me som e o
alfabeto;
Com as palavras que penso
e falo:
Mãe, amigo, irmão, e um
resplendor de luz
A rota da alma que eu
estou amando.
Obrigado à vida que me tem dado
tanto.
Deu-me a andar com os meus
pés cansados;
Com eles eu andei cidades
e poças
Praias e desertos,
montanhas e planícies,
E sua casa, sua rua e seu
pátio.
Obrigado à vida que me tem dado
tanto.
Ela deu meu coração vibrar
seu quadro
Quando eu olho para o
fruto do cérebro humano,
Quando vejo um bom assim
longe de ser ruim,
Quando eu olhar para a
parte de trás de seus olhos claros.
Obrigado à vida que me tem dado
tanto.
Deu-me o riso e deu-me as
lágrimas.
Então, eu distingo a
felicidade da tristeza,
Os dons materiais que
formam a minha música,
E a sua música, cante-me,
E tudo o que cantar é a
minha própria música.
Obrigado à vida que me tem
dado tanto.
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