É um hino que se
reza com frequência no ofício de Leitura da Liturgia das Horas. Também se entoa
como grande hino de acção de graças, em ocasiões solenes da Igreja ou,
inclusive, dos países cristãos, com a sua melodia gregoriana ou alguma das suas
muitas partituras polifónicas, algumas muito famosas, como as de Mozart,
Haendel, Bruckner ou Charpentier.
Não se sabe com
segurança a sua origem: atribui-se a vários autores, como Ambrósio, Agostinho,
Nicetas… Provavelmente, é do século V. O que se sabe é que no século VI já
tinha entrado na oração monástica e já se considerava um hino tradicional da
Igreja.
É como uma
doxologia prolongada ou como um Prefácio desenvolvido (inclui também o «Santo,
Santo, Santo»). A sua estrutura é trinitária: um bloco dedicado ao louvor do
Pai («Nós vos louvamos, ó Deus» «Te Deum laudamus»), citando os anjos, todo o
cosmo, os apóstolos, profetas, mártires e toda a Igreja como partícipes neste
louvor. Segue o louvor ao Filho e ao Espírito. Mas espraia-se mais em Cristo,
nascido da Virgem Maria, morto e ressuscitado, triunfante à direita do Pai, e
juiz que virá no final dos tempos. Termina, propriamente, pedindo a Cristo que
ajude os que salvou e os leve à glória com Ele («æterna fac cum sanctis tuis in
gloria numerari»).
Os versículos que
se seguem («salvum fac populum tuum, Domine», «salvai o vosso povo, Senhor»…)
são um aglomerado de citações sálmicas, que originariamente não pertenciam ao
Te Deum e que se entendem melhor como ladainha de petições para a oração da
manhã.
Actualmente,
diz-se o Te Deum «nos domingos fora da Quaresma, nos dias das oitavas da Páscoa
e do Natal, nas solenidades e festas, após a segunda leitura (do Ofício de
Leitura) […]. Querendo, pode-se omitir a última parte deste hino, desde o verso
“Salvai, Senhor, o vosso povo” até ao fim» (IGLH 68). Portanto, nas memórias e
nas férias não se diz. Também se canta nas vigílias prolongadas, que são um
Ofício de Leitura mais desenvolvido (cf. IGLH 73).
in, Dicionário Elementar de Liturgia (Secretariado nacional de Liturgia)
Te Deum
(A Vós, ó Deus)
A Vós, ó Deus, louvamos e por
Senhor nosso Vos confessamos.
A Vós, ó Eterno Pai, reverencia
e adora toda a Terra.
A Vós, todos os Anjos, a Vós, os
Céus e todas as Potestades;
A Vós, os Querubins e Serafins
com incessantes vozes proclamam:
Santo, Santo, Santo é o Senhor
Deus dos Exércitos!
Os Céus e a Terra estão cheios
da vossa glória e majestade.
A Vós, o glorioso coro dos
Apóstolos,
A Vós, a respeitável assembleia
dos Profetas,
A Vós, o brilhante exército dos
mártires engrandece com louvores!
A Vós, Eterno Pai, Deus de
imensa majestade,
Ao Vosso verdadeiro e único
Filho, digno objecto das nossa a adorações,
Do mesmo modo ao Espírito Santo,
nosso consolador e advogado.
Vós sois o Rei da Glória, ó meu
Senhor Jesus Cristo!
Vós sois Filho sempiterno do
vosso Pai Omnipotente!
Vós, para vos unirdes ao homem e
o resgatardes
não Vos dignastes de entrar no
casto seio duma Virgem!
Vós, vencedor do estímulo da
morte,
abristes aos fiéis o Reino dos
Céus,
Vós estais sentado à direita de
Deus,
no glorioso trono do vosso Pai!
Nós cremos e confessamos
firmemente
que de lá haveis de vir a julgar
no fim do mundo.
A Vós portanto rogamos que
socorrais os vossos servos
a quem remistes com o Vosso
preciosíssimo Sangue.
Fazei que sejamos contados na
eterna glória,
entre o número dos Vossos
Santos.
Salvai, Senhor, o vosso povo e
abençoai a vossa herança,
E regei-os e exaltai-os
eternamente para maior glória vossa.
Todos os dias Vos bendizemos
E esperamos glorificar o vosso
nome agora e por todos os séculos.
Dignai-Vos, Senhor,
conservar-nos neste dia e sempre sem pecado.
Tende compaixão de nós, Senhor,
compadecei-Vos de nós,
miseráveis.
Derramai sobre nós, Senhor, a
vossa misericórdia,
pois em Vós colocamos toda a
nossa esperança.
Em Vós, Senhor, esperei, não
serei confundido.
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