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sábado, 9 de maio de 2015

Te Deum (Haydn) (19)


É um hino que se reza com frequência no ofício de Leitura da Liturgia das Horas. Também se entoa como grande hino de acção de graças, em ocasiões solenes da Igreja ou, inclusive, dos países cristãos, com a sua melodia gregoriana ou alguma das suas muitas partituras polifónicas, algumas muito famosas, como as de Mozart, Haendel, Bruckner ou Charpentier.

Não se sabe com segurança a sua origem: atribui-se a vários autores, como Ambrósio, Agostinho, Nicetas… Provavelmente, é do século V. O que se sabe é que no século VI já tinha entrado na oração monástica e já se considerava um hino tradicional da Igreja.

É como uma doxologia prolongada ou como um Prefácio desenvolvido (inclui também o «Santo, Santo, Santo»). A sua estrutura é trinitária: um bloco dedicado ao louvor do Pai («Nós vos louvamos, ó Deus» «Te Deum laudamus»), citando os anjos, todo o cosmo, os apóstolos, profetas, mártires e toda a Igreja como partícipes neste louvor. Segue o louvor ao Filho e ao Espírito. Mas espraia-se mais em Cristo, nascido da Virgem Maria, morto e ressuscitado, triunfante à direita do Pai, e juiz que virá no final dos tempos. Termina, propriamente, pedindo a Cristo que ajude os que salvou e os leve à glória com Ele («æterna fac cum sanctis tuis in gloria numerari»).

Os versículos que se seguem («salvum fac populum tuum, Domine», «salvai o vosso povo, Senhor»…) são um aglomerado de citações sálmicas, que originariamente não pertenciam ao Te Deum e que se entendem melhor como ladainha de petições para a oração da manhã.

Actualmente, diz-se o Te Deum «nos domingos fora da Quaresma, nos dias das oitavas da Páscoa e do Natal, nas solenidades e festas, após a segunda leitura (do Ofício de Leitura) […]. Querendo, pode-se omitir a última parte deste hino, desde o verso “Salvai, Senhor, o vosso povo” até ao fim» (IGLH 68). Portanto, nas memórias e nas férias não se diz. Também se canta nas vigílias prolongadas, que são um Ofício de Leitura mais desenvolvido (cf. IGLH 73).

in, Dicionário Elementar de Liturgia (Secretariado nacional de Liturgia)


Te Deum 
(A Vós, ó Deus)

A Vós, ó Deus, louvamos e por Senhor nosso Vos confessamos.
A Vós, ó Eterno Pai, reverencia e adora toda a Terra.
A Vós, todos os Anjos, a Vós, os Céus e todas as Potestades;
A Vós, os Querubins e Serafins com incessantes vozes proclamam:
Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus dos Exércitos!
Os Céus e a Terra estão cheios da vossa glória e majestade.

A Vós, o glorioso coro dos Apóstolos,
A Vós, a respeitável assembleia dos Profetas,
A Vós, o brilhante exército dos mártires engrandece com louvores!
A Vós, Eterno Pai, Deus de imensa majestade,

Ao Vosso verdadeiro e único Filho, digno objecto das nossa a adorações,
Do mesmo modo ao Espírito Santo, nosso consolador e advogado.

Vós sois o Rei da Glória, ó meu Senhor Jesus Cristo!
Vós sois Filho sempiterno do vosso Pai Omnipotente!
Vós, para vos unirdes ao homem e o resgatardes
não Vos dignastes de entrar no casto seio duma Virgem!

Vós, vencedor do estímulo da morte,
abristes aos fiéis o Reino dos Céus,
Vós estais sentado à direita de Deus,
no glorioso trono do vosso Pai!
Nós cremos e confessamos firmemente
que de lá haveis de vir a julgar no fim do mundo.

A Vós portanto rogamos que socorrais os vossos servos
a quem remistes com o Vosso preciosíssimo Sangue.
Fazei que sejamos contados na eterna glória,
entre o número dos Vossos Santos.

Salvai, Senhor, o vosso povo e abençoai a vossa herança,
E regei-os e exaltai-os eternamente para maior glória vossa.
Todos os dias Vos bendizemos
E esperamos glorificar o vosso nome agora e por todos os séculos.
Dignai-Vos, Senhor, conservar-nos neste dia e sempre sem pecado.
Tende compaixão de nós, Senhor,
compadecei-Vos de nós, miseráveis.
Derramai sobre nós, Senhor, a vossa misericórdia,
pois em Vós colocamos toda a nossa esperança.
Em Vós, Senhor, esperei, não serei confundido.


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