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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Magnificat (25)


O Magnificat, também conhecido como (cântico de Maria) resulta da visita que ela fez a sua prima Isabel que vivia em Ein Karem, que era no tempo uma vila do distrito de Jerusalém.

S. Lucas conta esta visita do seguinte modo:

Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.»

Cena bíblica das mais conhecidas e substantivamente das mais importantes do ponto de vista da História da Revelação, tem merecido ao longo do tempo a atenção de muitos compositores, onde muitos deles a têm publicado ou representado em dedicação ao ofício de Vésperas em honra de Maria.

António Vivaldi é um destes compositores magníficos que não puderam fugir à magia daquela visita de Maria a casa de Isabel situada no cimo de uma ladeira de Ein Karem, que é, hoje, um local de visita incontornável a qualquer peregrino que se desloque à Terra Santa.

Ouçamos este cântico de louvor, que é, também, uma das mais belas Orações bíblicas.



Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia
chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José,
da casa de David; e o nome da virgem era Maria. (Lc 1, 26-27)

Aquando da visita a Isabel, Maria levava no seu ventre a gestação miraulosa de Jesus, de onde resultou a pergunta de Isabel: E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?

Na narrativa, após Maria saudar Isabel que estava grávida de João Baptista, a criança se mexe dentro do seu ventre e quando esta louva Maria por sua fé, é o momento exacto em que Maria entoa o Magnificat como resposta.

 A minha alma glorifica o Senhor *
 E o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.

 Porque pôs os olhos na humildade da sua Serva: *
 De hoje em diante me chamarão bem aventurada todas as gerações.
 O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: *
 Santo é o seu nome.

 A sua misericórdia se estende de geração em geração *
 Sobre aqueles que o temem.
 Manifestou o poder do seu braço *
 E dispersou os soberbos.

 Derrubou os poderosos de seus tronos *
 E exaltou os humildes.
 Aos famintos encheu de bens *
 E aos ricos despediu de mãos vazias.

 Acolheu a Israel, seu servo, *
 Lembrado da sua misericórdia,
 Como tinha prometido a nossos pais, *
 A Abraão e à sua descendência para sempre

 Glória ao Pai e ao Filho *
 E ao Espírito Santo,
 Como era no princípio, *
 Agora e sempre. Amen.


Por este cântico deduzimos aquilo que acontece com todos os grandes contemplativos quando Deus desperta neles um júbilo indescritível, como aconteceu com Maria.

O quadro é dos mais representados de toda a História bíblica e em todos eles Maria é apresentada  atenta e serviçal, sabendo-se que foi visitar Isabel em finais da sua gravidez de João Baptista com o fim de a ajudar nas tarefas domésticas e de lhe dar conta - o que não foi preciso - pela reacção de Isabel, cheia do Espírito Santo.

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