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sábado, 23 de maio de 2015

Nem sempre sejamos coveiros das coisas más, julgadas velhas... (12)



                                 Recordo-me.
Um dia, um bom Amigo que Deus lá tem
disse-me o seguinte:

Atrás de cada vida fica o cemitério dela mesma,
mas só devemos ser coveiros, em cada tempo
das coisas más que nos vão acontecendo
quando, de todo, já não tiverem o préstimo
de nos ajudar - com a emenda  - a fazer o passo seguinte
para alcançarmos as coisas boas.

Recordo-me, ainda dele ter dito:
Só, por isso, ambas as coisas são importantes...
E de ter acrescentado:
As primeiras porque podem ser lições
para não se cometerem erros futuros e as segundas
porque são ensinamentos que nos ajudam
a prosseguir, sendo nelas que devemos fundar
a construção da vida.

Obrigado, querido Amigo, por esta antiga lição!

Por ela, aprendi, que o grande mal
é vivermos num acto contínuo de experiências
de coisas novas, mas sem pormos na balança,
para as aferir
com a experiência das coisas que já passaram
fazendo delas, e de imediato, o julgamento apressado
de tudo serem velharias sem préstimo e enterrando-as
quando, algumas, podiam ser úteis!

Atenção a estes enterros apressados.

A vida é feita de coisas novas e coisas velhas,
sendo sempre uma atitude impensada
o facto de se julgarem velharias
as experiências passadas, quando elas são,
muitas vezes, as que devem orientar o futuro,
sobretudo, se à luz de novos conceitos
elas podem ser revistas, sem morrer para sempre
sepultadas como coisas velhas e sem valor
no cemitério da vida que vai passando!

Isto sugere,
que se fôssemos mais atentos ao Evangelho,
- O Livro dos Livros - certamente daríamos
com aquela passagem de S. Mateus, quando nos conta
que num certo dia em que Jesus falava aos discípulos
por parábolas e explicando-as, ter dito:

Por isso, todo o escriba instruído acerca do Reino dos Céus
é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro
coisas novas e velhas. (Mt, 13 - 52)

Concluindo, dir-se-á,
que nas coisas más - julgadas velhas - e que sepultamos.
acontece, por vezes, que aquilo que enterramos
foram tesouros mal avaliados!

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