Entardecera já, naquela
sexta-feira...
Um homem rico e influente de
Jerusalém
que não assistira ao Teu
suplício, sobe até ao Calvário
no momento em que a populaça já
se havia retirado.
Junto da Cruz, tinham ficado o
centurião Petrónio
e alguns dos soldados que
aguardavam a morte dos condenados
para os lançar na vala comum.
É então que chega o conselheiro
José de Arimateia
teu discípulo oculto por medo
dos judeus.
Movido por um impulso de grande
piedade
não perde tempo... pede o teu
Corpo a Pilatos
com o fim de Te dar uma
sepultura condigna.
Pelo caminho encontra Nicodemos,
o oficial romano que num certo
dia Te procurou de noite.
Trazia ele, solícito, porque
tinha ficado teu amigo,
mirra e aloés para Te perfumar o
Corpo.
Combinam tarefas e decidem
repartir entre ambos os
trabalhos da Tua descida da Cruz
até Te colocarem no colo da Mãe
Dolorosa que a tudo assistiu.
Este facto, tem esta evidência:
houve dois homens
que não Te atiraram blasfémias,
nem minimamente contribuíram
para a Tua morte e naquele
momento trágico
tiveram a coragem de demonstrar
que eram Teus amigos
contra o sentir dos outros que
Te crucificaram.
Apareceram no momento exacto, já
quando os soldados
se aprestavam para deitar na
vala comum dos justiçados
os dois ladrões que haviam
morrido a Teu lado.
Reclamou o homem da
Arimateia
o Teu Corpo Santo para Te honrar
na morte
já que o não tinha feito em vida.
E ambos, assumiram, por isso,
alguns remorsos...
mas vieram pagar a dívida que
sentiam
por não Te terem amado mais a
peito descoberto
com medo dos seus irmãos, que
costumavam repudiar
todos aqueles que se aproximavam
de Ti.
Agora, porém, lá estavam a
descer-Te da Cruz
José de Arimateia, o poderoso
homem de Jerusalém
e o chefe da centúria romana,
Nicodemos,
os dois a tecer honras ao Teu Corpo glorioso
já inerte, nos braços
dulcíssimos de Tua Santa Mãe.
Senhor Jesus:
Que eu nunca tenha medo de me
mostrar
Teu amigo, ainda que pareça
impertinente
a minha atitude aos olhos dos
outros.
Que a minha escolha por Ti
seja sempre
um acto assumido frontalmente,
porque eu sei, Senhor, que há-de
ser a Tua Mensagem
que há-de salvar o Mundo
pelo qual morreste
naquela sexta-feira que ficou
santa
até ao fim dos tempos!
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