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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Dai-nos, Senhor, o dom da partilha.




Os doze, aqueles que tinhas mandado de vila em vila, haviam regressado da missão.
Querendo ouvi-los, possivelmente, um por um,
retiraste - Te com eles para os arrabaldes de Betsaida,
a terra natal de três dos Teus enviados... os mensageiros,  Pedro, André e Filipe.

E, ali, naquele deserto onde quiseste fazer a Tua primeira recolecção
na intimidade cúmplice, que havia ente Ti e os que havias mandado de vila em vila
fizeste um discurso aberto àquela multidão que seguira o rumo dos Teus passos,
presa das coisas maravilhosas, que ouvira dizer que fazias!...
Aquele deserto de Betsaida - a impenitente - como lhe chamarias, mais tarde,
foi, no fim daquele dia... de um dia cheio de Ti e da Tua Palavra
a testemunha calada do milagre.

Estava prestes a fechar-se o dia. Os apóstolos, com pena daquela gente
E ao ver que ninguém arredava pé, num assomo de amor, intimaram-Te:
 - Manda embora a multidão para ir procurar alojamento e provisões (...)
E Tu, Senhor, na serenidade calma e confiante da Tua voz, disseste-lhes:
 - Dai-lhes vós de comer.
Mas como? - perguntaram eles:
- Não temos senão cinco pães e dois peixes!

E foi, com aquelas parcas iguarias, que saciaste aquela multidão!
Naquele fim de dia, ao lusco-fusco, o Teu poder criador
havia posto nas Tuas mãos divinas o mais farto dos manjares.

Senhor Jesus: Tu que és o dono de todas as abundâncias,
dai-nos hoje, para este dia, o pão e o peixe como alimentos do corpo.
E dai-nos o alimento preciosíssimo da Tua santa Palavra,
para que o Pai se alegre e se contente connosco!

Dai-nos, também, como fizeste naquele dia, o dom da partilha
para que nós, nesta Betsaida do nosso tempo,  igualmente impenitente,
onde existem, não milhares, mas milhões de famintos de pão e peixe... e de Ti,
possamos repartir com eles, um pouco do Teu dom!

Faz, Senhor, que as nossas mãos se estendam no jeito de quem ama
e das nossas bocas, tantas vezes cheias de palavras vãs
brotem palavras de vida... fermento de cristandade!

Faz, Senhor, que entre nós, exista, um dia, a grande recolecção que nos falta.
E sê, nela, como foste em Betsaida, o alimento repartido...
aquele que faz que a Tua própria substância,
seja o pão e o peixe na imaterialidade das coisas.
Faz, Senhor, que nós, vivificados pelo amor que apenas Tu sabes repartir,
aprendamos o dom dulcíssimo da partilha!


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