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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Viver em pleno o dia de hoje!



Quadro de Eugenio di Blas (1845-1931)


Nesta tela - a vivência do dia de hoje - adivinha-se nas expressões de todas as personagens pela descontração das atitudes, incluindo na bordadeira que ouve e trabalha, nas duas senhoras sentadas mas intervenientes na conversa, no modo atento como de pé e de mãos nos quadris em sinal de descanso, ouvem o pregador que - numa imagem possível que à nossa imaginação - pode estar a transmitir como ensinamento e conduta de vida os conceitos vertidos no poema que a seguir se transcreve "ipsis-verbis".

Não conhecermos o seu autor, mas é-lhe devida uma homenagem pelo texto pleno de conteúdo humano que nos legou.

                Hoje 

Hoje vou apagar do meu calendário dois dias:
Ontem e amanhã.
Ontem foi para aprender,
E amanhã será uma consequência do que possa fazer hoje.

Hoje enfrentarei a vida
Com a convicção de que este dia nunca retornará.
Hoje é a última oportunidade que tenho
De viver intensamente
Já que ninguém me assegura
Que amanhã veja o amanhecer.

Hoje serei corajoso
Para não deixar passar as oportunidades que se me apresentem...
Que são a minha oportunidade de triunfar.

Hoje aplicarei
A minha riqueza mais apreciada:
o meu tempo
No trabalho mais transcendente:
A minha vida;
Passarei cada minuto
Apaixonadamente para transformar este dia
Num único e diferente dia da minha VIDA.

Hoje vou vencer
Cada obstáculo que apareça no meu Caminho,
Acreditando que vou vencer.

Hoje vou resistir
Ao pessimismo e conquistarei
O mundo com um sorriso, com uma atitude positiva
Esperando sempre o melhor.

Hoje farei de cada humilde tarefa,
Uma sublime expressão.

Hoje terei os meus pés sobre a Terra
Compreendendo a realidade
E as estrelas tilintarão
Para inventar o meu futuro.

Hoje usarei o tempo para ser feliz
E deixarei as minha pegadas e a minha presença nos corações dos outros.

Hoje, convido-te a começar uma nova estação,
Onde possamos sonhar
Que tudo o que nos propomos possa ser possível
E o obteremos,
Com alegria e dignidade.


O pão nosso de cada dia nos dai, hoje.

S. Mateus e S. Lucas relatam esta frase que veio da boca de Jesus e faz parte da oração universal do Pai-Nosso, que não se refere, apenas, ao pão com que saciamos a fome mas a tudo o que nos faz falta para vivermos o dia de hoje na plena dignidade da pessoa humana que somos, motivo suficiente que levou o autor deste poema cheio de arreganho, que nos propõe, para bem de nós mesmos, o esquecimento do dia de ontem, já vivido e de não nos afadigarmos com o dia de amanhã, ainda escondido na roda do tempo e no lugar dos dois privilegiar o dia de hoje.

E assim:

  • enfrentar a vida.
  • Ser corajoso.
  • Aplicar o tempo no melhor trabalho - no mais transcendente - como diz o poema.
  • Porfiar para vencer os obstáculos.
  • Resistir ao pessimismo.
  • Saber que é preciso ter os pés bem assentes no chão que se pisa.
  • Fazer da tarefa mais humilde a mais necessária.
  • Viver em pleno.
  • Começar um dia novo e, se for preciso, esquecer o dia velho.

E, depois, de tudo isto, já de si tão importante para se conseguir a realização pessoal que é uma tarefa, não só desejável, como merecida - se entendermos o dia de hoje com a força espiritual que ele requer - que - o pão nosso de cada dia - seja de tal modo copioso que uma parte dele seja repartido pelos nossos semelhantes que não sabendo o sentido deste - pão nosso - com a nossa acção, possamos por a render a frase encantadora que se lê neste poema:
  • E deixarei as minha pegadas e a minha presença nos corações dos outros.

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