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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

XI Estação - Jesus é pregado na Crruz




Finalmente, Senhor, para contentamento dos teus inimigos
estavas preso aos braços da Cruz!

Um dos soldados passa em revista os cravos que te atavam
os pés e a mãos e vê que o trabalho está perfeito
e olha para Ti, num gesto de vitória e do dever cumprido.
Repara, entretanto, que o letreiro que anunciava
o motivo da Tua condenação e havias transportado
durante todo o caminho, desde o Pretório,
não estava no sítio onde deveria ficar.

Num gesto brusco coloca a escada e sobe por ela
até à altura do Teu rosto.
E com duas tachas e com o ar feliz de quem faz obra meritória
coloca-o bem por cima da Tua testa coroada de espinhos,
para que todos vissem bem o que dizia:

Este é o rei dos judeus.

Desce... atira com o martelo e olha de novo a sua obra...
Tudo está acabado!
E logo de seguida, de todos os lados surgem injúrias:

Tu que destróis o Templo e o reedificas em três dias
salva-te a ti mesmo!
Se és filho de Deus, desce da cruz!

E até Gestas, o ladrão rancoroso, crucificado a teu lado
encontrou forças para Te insultar:

Não és tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós  (1)

E tu, Senhor, impassível a todos os sarcasmos...
enquanto das Tuas mãos que abençoaram, dois fios de sangue
gotejavam sobre o pó do chão.
Foi nesse momento, que Tu ergueste para o Céu
o pedido mais belo que algum dia se fez:

Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. (2)

E contra a expectativa de todos não soltaste um grito
nem uma palavra de censura contra aqueles
que haviam pregado o Teu Corpo na Cruz!
Os gritos vieram dos outros.
Daqueles que haviam jurado a Tua morte.
e agora olhavam para as tuas mãos abertas
e que há pouco tempo haviam amassado a lama
que dera vista aos cegos e haviam curado os leprosos.

Em face de tanta maldade, não se conteve Dimas,
o ladrão arrependido e que sofria ao Teu lado:

Jesus, lembra-te de mim quando vieres na auréola da Tua realeza. (3)

e Tu, Senhor, compassivo, perdoaste-lhe todos os pecados:

Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso. (4)




Senhor:
Cumpriste o Teu martírio
sem um azedume,
sem uma queixa,
sem uma ofensa... e com tantos motivos!

Do mesmo modo como calaste as Tuas dores
calaste palavras de censura.
É que dos Teus lábios divinos só podiam sair palavras de perdão.

Ajuda-me, Senhor.
Faz que nem sempre responda com ofensas
às ofensas que recebo.
Dá-me a força de guardar para mim mesmo
certas palavras que não devem ser ditas...
e dá-me sempre gestos de perdão!




(1) - Lc. 23,39
(2) - Lc. 23,34
(3) - Lc. 23,42
(4)  - Lc. 23, 43

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