Setenta
personalidades querem reestruturação da dívida
Ferreira Leite,
Bagão Félix, Adriano Moreira, Freitas do Amaral, Ferro Rodrigues, João
Cravinho, Carvalho da Silva e Francisco Louçã assinam outro consenso, ao
fazerem este apelo mesmo "a contragosto da Alemanha"
Num manifesto a
divulgar na íntegra quarta-feira, mas já antecipado esta terça-feira pelo
jornal Público, setenta personalidades exigem a "reestruturação
responsável da dívida", uma condição para que acabe a austeridade pela
austeridade e permita o crescimento e a criação de emprego.
É um consenso alargado,
que percorre todo o espectro político, da direita à esquerda, das áreas do CDS
ao Bloco de Esquerda, passando pelo PSD, PS e PCP - mas longe do entendimento
político que o Presidente da República tem pedido aos chamados partidos do
"arco da governabilidade" (PSD, PS e CDS). Se estes 70 nomes terão
ideias diferentes sobre como gerir a crise, num ponto estão de acordo para
fazer este apelo em comum: reestruturar a dívida.
A ideia partiu do
antigo ministro socialista, João Cravinho, que apelou ao "debate e à
preparação, em prazo útil, das melhores soluções para a reestruturação da
dívida, articulando-se com os professores Eduardo Paz Ferreira e José Reis e o
ex-ministro das Finanças de um governo PSD/CDS, Bagão Félix.
Em declarações à
agência Lusa, Cravinho assegurou que "há condições de base mínimas e um
larguíssimo consenso" sobre a necessidade de "saber em que condições
é que se pode fazer uma restruturação que seja efetivamente eficaz, que resolva
os problemas" quer de Portugal, quer da Europa.
in, Diario de Noticias 11 de Março de 2014
Em cima do tempo.
Carta aberta: 32 figuras lançam apelo a Passos por causa da Grécia
Políticos,
economistas, académicos, cientistas e escritores escrevem hoje ao
primeiro-ministro, querem uma outra atitude de Portugal em relação à Grécia.
É uma carta
assinada por um grupo de cidadãos preocupados com a posição do Estado Português
no Conselho Europeu desta quinta-feira.
Na lista de 32
assinaturas, surgem nomes como Freitas do Amaral, Pacheco Pereira, Bagão Félix,
Carlos César, Ferro Rodrigues, Francisco Louçã, ou João Cravinho, quase todos
subscritores do Manifesto dos 74.
Ainda na
política, há uma novidade, a assinatura de Octávio Teixeira, do PCP. Fora da
política, assinam este apelo direto a Passos Coelho, por exemplo, a
investigadora Maria Mota, o antigo reitor da Universidade de Lisboa, Sampaio da
Nóvoa, Manuela Silva ou a escritora Lídia Jorge.
O texto é breve e
o apelo claro. Os signatários pedem ao primeiro-ministro que não isole Portugal
de uma atitude construtiva, que conduza a uma cooperação europeia em torno da
crise grega.
A carta começa
por constatar que Passos Coelho tem defendido que «mesmo perante a grave crise
humana que se vive na Grécia, a política de austeridade prosseguida deve
manter-se inalterada», para logo concluir que «os factos têm evidenciado que
este caminho é contraproducente».
in, TSF 11 de Fevereiro de 2015
Muitos dos subscritores do "Manifesto" de 2014 são os mesmos da "Carta Aberta" de 2015.
Os 74 do Manifesto - onde há muitos novos "velhos do Restelo" - não viram cumpridos os seus piores receios.
Portugal saiu o melhor que pode e de cara levantada do resgate a que o des(governo) de José Sócrates o sujeitou. A dívida não foi reestruturada, mas honrado o compromisso internacional e embora ténue houve crescimento e do mesmo modo o emprego cedeu à "espiral recessiva" tão apregoada
Os 32 da "Carta Aberta" querem que Portugal ajude a pagar os desmandos económicos da Grécia dos tempos "à vara larga" do PASOK - o Partido Socialista grego - esquecendo-se que Portugal foi um contribuinte líquido da Grécia e não é sensato que um País pobre como o nosso não possa - nem deva - alimentar as promessas eleitorais tal como foram apresentadas ao eleitorado pelos Senhores Tsipras e Varoufakis - que manda a verdade dizer - já arrepiaram algum do caminho inicial.
Que a Grécia é um País que tem de merecer apoio não restam dúvidas, mas não como o advogam os 32 subscritores da "Carta Aberta", que afinal o que pretenderam foi dar uma "alfinetada" em Passos Coelho, mas que deviam te contando - conhecendo o que aconteceu com o "Manifesto dos 74" que ela estava condenada a não ter resposta, porquanto, o Primeiro-Ministro, se é verdade que entendeu a austeridade como um meio de Portugal voltar aos mercados - como está a acontecer - parece, que a estratégia resultou, de tal modo que vamos pedir dinheiro para amortizar a dívida ao FMI a um juro mais baixo àquele que lhe pagamos, donde haverá um lucro a considerar.
Portugal comandado por Passos Coelho se cometeu alguns erros - e quem os não comete? - teve uma virtude: funcionou como uma pessoa honrada que pede emprestado e não enjeita o compromisso tomado.
Se Portugal tivesse feito a vontade aos senhores do "Manifesto dos 74" isto não era viável de vir a acontecer, porque estávamos desacreditados.
Quanto à "Carta Aberta" não vai ter resposta, porque a "Carta" trazia bem fechado um propósito político, com alguns nomes que melhor fariam ter mais recato.
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