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sexta-feira, 6 de maio de 2016

Uma reflexão sobre os reestruturadores da dívida portuguesa

Gravura do jornal "O Zé" de 14 de Fevereiro de 1911
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Todos aqueles que defendem a reestruturação da dívida portuguesa fazem-me lembrar o espírito desta velha gravura que mostra alguém a dar o salto no momento em que é agarrado pelo povo que ele endividou.

Esse "alguém" é a nossa geração.

Todos nós - cada um com a responsabilidade que lhe compete - tem culpas na monstruosa dívida externa que Portugal tem e, por isso, quem devia pagar os desmandos das más opções políticas que criaram a dívida, seria a nossa geração e não deixar para os nossos filhos e netos o pagamento dos desvarios financeiros, cujas responsabilidades nos cabem.

Andam, agora, por aí uns certos senhores e senhoras a pensar na reestruturação da dívida.

São esses que querem fugir às responsabilidades que - como a gravura documenta - deviam ser agarrados e obrigados a fazer políticas de consenso nacional para que a dívida fosse paga até àquele montante (60%) que a torna sustentável.
Tudo o mais é deixar para as gerações futuras - que não têm culpa - aquilo que nos compete fazer, ou seja, "apertar o cinto" com a austeridade que nos cumpre fazer, pela vida "à tripa forra" que todos consentimos... e através da qual alargamos uns furos a mais no cinto da vida pública... e, até, no individual.

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